Ponto facultativo na Alesp é para atrasar abertura da CPI da Merenda
O presidente da Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), Emerson Santos, criticou a decisão anunciada pelo deputado Fernando Capez (PSDB), que decretou ponto facultativo na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) nesta quarta-feira (4). Na véspera, um grupo de estudantes invadiu o plenário e decidiu permanecer no local para pressionar a casa pela abertura da CPI da Merenda para investigar esquema de favorecimento ilícito na compra de itens do lanche escolar.
Para ele, o ponto facultativo de hoje teve como objetivo esvaziar a casa, de forma a atrasar a coleta de assinaturas. "É mais uma obstrução", disse Emerson, 21 anos, que calcula que mais de 80 estudantes tenham passado a noite na assembleia. Por conta dos poucos colchonetes disponíveis, muitos tiveram que dormir no chão.
O acesso do grupo a água e comida é restrito. No primeiro dia, deputados da oposição recolheram doações e levaram aos acampados. "Por enquanto, ele [Capez] não proibiu", explicou Emerson. "Mas cada dia é um dia."
Os estudantes só deixam o Plenário Juscelino Kubitscheck para utilizar um banheiro próximo. O acesso ao local é controlado por policiais militares, que restringem a entrada. O jovem diz que a convivência com a Polícia Militar tem sido tranquila, apesar do atrito que ocorreu no início da ocupação. Um porta-voz do movimento relatou um empurra-empurra com deputados, resultando em uma cadeira quebrada no local.
Até agora, o pedido de abertura da CPI da Merenda tem 25 assinaturas. A oposição precisa de mais sete para atingir as 32 exigidas para protocolar o pedido. Segundo o deputado José Zico Prado (PT), a oposição vai trabalhar para avançar na contagem. "Não vamos aceitar. Vamos reunir a bancada agora e tomar uma decisão", prometeu Prado. Segundo ele, o plano de "saturação" anunciado por Capez para desocupar a assembleia "não é nada democrático".
Segundo Emerson Santos, a pressão pelos últimos votos desde a terça-feira já tem dado resultado. "A gente conseguiu reverter o voto de um deputado", disse.
A Assembleia tem 94 deputados, dos quais 76 fazem parte da base aliada do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
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