"Queremos ser tratados como pessoas", diz funcionária transexual da UFJF
“Será que a vida dessas pessoas é tão perfeita para eles se sentirem no direito de julgar a gente?” É com esse questionamento que a transexual Suelem Spada dos Santos, 22, funcionária terceirizada da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora), fala sobre a campanha realizada pela instituição contra a LGBTTI Fobia.
LGBTTI é uma sigla para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais.
Segundo ela, a iniciativa da universidade serve para refletir e conscientizar as pessoas sobre o tratamento dispensado às comunidades LGBT. “Queremos respeito”, destacou.
“É uma forma de tentar abrir a cabeça dessas pessoas para que elas nos tratem de maneira igual. Espero que isso aconteça e que não sejamos vistos como bichos. Tem pessoas que acham que você é um bicho por ser homossexual. Ninguém é melhor que ninguém. Só queremos respeito e ser tratados como pessoas”, declarou.
Em seu emprego anterior, Suelem relembra a discriminação que sofria. A empregadora exigia que ela recebesse o pagamento sem estar em trajes femininos. “Ela falava que, se eu aparecesse vestida com minhas roupas, eu não receberia o salário”, contou.
Um dos maiores desejos da jovem é vivenciar um cotidiano no qual as orientações sexuais sejam respeitadas e interpretadas como normais pela sociedade.
Semana de Combate à LGBTTI Fobia
A campanha desenvolvida pela UFJF foi pensada para marcar a semana do Dia Internacional Contra a Homofobia-- celebrado dia 17 de maio-- e as atividades da campanha vão ser feitas até esta sexta-feira (20).
Entre os eventos de combate à LGBTTI Fobia [sigla para lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais] estão sendo realizadas palestras, blitz educativa, um cine-debate e sarau.
Um vídeo produzido para as redes sociais da universidade tem como mote as perguntas: “Por que eu te incomodo?” e “por que a gente te incomoda?’. Personagens reais da comunidade acadêmica participaram da campanha, incluindo Suelem.
A iniciativa partiu do Gesed (Grupo de Pesquisa em Gênero, Sexualidade, Educação e Diversidade), da Faculdade de Educação, e do Coletivo da Diversidade Sexual Duas Cabeças. Os trabalhos têm apoio da Diretoria de Ações Afirmativas e da Diretoria de Imagem Institucional da UFJF.
Segundo os organizadores, a intenção é sensibilizar, por meio da campanha a comunidade acadêmica e a sociedade.
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