Facebook: mãe reclama de zero na prova da filha que "defendeu" capitalismo
A reclamação da mãe de uma aluna que tirou zero está viralizando na internet. Revoltada porque a filha errou a questão da prova, a mulher compartilhou a resposta da estudante e disse ter exigido a revisão da nota.
A postagem foi publicada em 23 de maio, às 12h25 e, em três dias, já contava com 11 mil compartilhamentos.
O texto do enunciado pedia que os alunos justificassem a afirmação de que o "capitalismo fundamenta a lógica imoral da exclusão".
A resposta da menina foi que ela discordava da afirmação:
"Não concordo que o capitalismo fundamenta a lógica imoral da exclusão. Muito pelo contrário. O capitalismo amplia empresas, gerando assim, empregos. O capitalismo dá oportunidades a todos, diferente do comunismo e socialismo, que não deu certo em nenhum país. A exclusão não está relacionada ao capitalismo, porque ele não gera pobreza. Fica pobre quem quer pois ele gera oportunidades. E também tem a meritocracia, que deve ser vista como um plus na sociedade, pois quando se recebe uma oportunidade é possível alcançá-la com mérito e dedicação."
"Escola sem partido"
A polêmica acontece um dia depois do ator Alexandre Frota e membros do grupo Revoltados Online entregarem um conjunto de propostas para o ministro da Educação, Mendonça Filho. Entre elas, está a "Escola sem partido", que defende o fim do que chamam de "doutrinação ideológica das escolas".
Para especialistas em educação, a proposta pode tanto ser interpretada como um atentado à liberdade de cátedra quanto uma distorção do papel do educador de oferecer o melhor do conhecimento disponível, com suas contradições, aos alunos.
O ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, comentou o caso em sua rede social. "[A proposta] confunde crença e ciência. Quando querem proibir professores de ter 'ideologia', confundem o que as ciências humanas descobriram (e que muitas vezes não é consenso: pois não há ciência sem debate) e a defesa de uma ou outra posição política", afirmou.
Para o cientista social José Álvaro Moisés, criar uma lei para punir professores que adotem posturas ideológicas "não faz o menor sentido". "É uma atitude contra a liberdade de expressão e de cátedra e não deve ser aceita pelo governo."
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