Cafu manda recado para alunos que iam largar escola para jogar futebol
17/06/2016 06h00
Acostumado a desafios durante toda a carreira, o ex-jogador e multicampeão Cafu recebeu uma missão especial na manhã da última terça-feira: tentar convencer os garotos Daniel e Gabriel, ambos de 9 anos e moradores de Piracicaba (SP), a irem à escola.
O motivo? Ambos queriam se tornar jogadores de futebol, e não viam muita importância nos estudos caso seguissem a carreira nos gramados.
O campeão mandou o recado: tem que ser "bom de escola e bom de bola".
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Se a intenção era mudar a opinião dos meninos, parece que Cafu fez um gol: "Eu ouvi o que ele falou e, agora, acho que estudar também é importante. Vou me dedicar nos estudos para ser um campeão também", diz Daniel.
As duas crianças estudam no quarto ano da rede pública municipal no período matutino e frequentam, de tarde, a ONG Gaia, instituição sediada na cidade que promove atividades de matemática e língua portuguesa a crianças em idade escolar.
Segundo Naira Pacífico, diretora da ONG, Daniel quer ser jogador de futebol e constantemente falava que, por isso, não precisava saber ler.
"Mesmo a gente explicando que saber ler e escrever era importante para assinar um contrato, por exemplo, eles diziam que iam ser jogadores de futebol e que os pais iriam cuidar dos contratos. Insistiam que não precisava aprender a ler nem ir à escola", conta Pacífico.
Sonho
Segundo a diretora da ONG, a mensagem passada por Cafu teve um efeito transformador não apenas aos dois garotos, mas a todas as crianças atendidas pela entidade.
"Como as crianças são de uma geração 'pós-Cafu', antes de mostrarmos a mensagem exibimos vídeos dele ainda em atividade, da Fundação Cafu e a cena em que ele levanta a taça do pentacampeonato. Aí eles conheceram de fato quem estava mandando aquele conselho. Alguns ficaram com lágrimas nos olhos ao final da apresentação", diz ela.
O capitão do penta ainda fez questão de dar um puxão de orelha nos jovens:
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Depois que viram o vídeo gravado pelo capitão do penta, os 64 alunos atendidos pela ONG resolveram escrever cartas de agradecimento. "Eles quiseram agradecer e muitos contaram a ele o que querem ser quando crescer. Mas o que percebo é que todos ficaram muito motivados", conta Naira.
Segundo ela, a ONG irá trabalhar agora para tentar trazer Cafu a Piracicaba para encontrar pessoalmente as crianças.