Polícia Federal investiga "fraudes milionárias" em bolsas da UFPR
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (15) operação para apurar desvio de dinheiro destinado a bolsas de estudos na UFPR (Universidade Federal do Paraná).
Segundo a PF, há suspeita de irregularidades em "pagamentos sistemáticos, fraudulentos e milionários de bolsas a inúmeras pessoas sem vínculos com a instituição no período entre 2013 e 2016".
A operação, batizada de Research (pesquisa, em inglês), cumpre 73 ordens judiciais proferidas pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, titular da 14ª Vara Federal do Paraná. São 29 mandados de prisão temporária, oito de condução coercitiva e 36 de busca e apreensão nos Estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.
Conforme a Polícia Federal, foram reunidos "indícios concretos da realização de fraudes em pagamentos (desvio de recursos públicos federais) realizados no período de 2013 a 2016 a título de auxílio a pesquisadores, bolsas de estudo no Brasil e no a diversas pessoas desprovidas de regular vínculo de professor, servidor ou aluno da UFPR. Dentre os fatos até então apurados se detectou a participação de ao menos dois funcionários públicos federais nas fraudes, resultando na prisão cautelar de ambos."
A UFPR emitiu nota oficial sobre a operação, em que afirma já ter um procedimento iniciado na instituição para a apuração desses fatos. A previsão de término dos trabalhos, segundo a UFPR, é em meados de abril de 2017.
Leia a íntegra da nota da UFPR a seguir:
Diante da operação deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal, a Universidade Federal do Paraná informa:
- As suspeitas de irregularidades no pagamento de bolsas e auxílios são objeto de investigações internas na UFPR desde dezembro de 2016, quando a própria universidade também tomou a iniciativa de encaminhar o caso à Polícia Federal, para investigação criminal.
- Assim que tomou conhecimento da suspeita de desvios de verba pública, em dezembro de 2016, a administração anterior da Reitoria determinou a abertura de sindicância para apurar responsabilidades. O procedimento é conduzido por uma comissão formada por dois professores e uma servidora técnico-administrativa e, por força de lei, corre em sigilo. O prazo para conclusão do trabalho é de 60 dias, prorrogáveis por mais 60. A previsão de término dos trabalhos é meados de abril de 2017.
- Por determinação do atual reitor, Ricardo Marcelo Fonseca, as duas servidoras suspeitas de envolvimento no caso foram suspensas do exercício de suas atividades funcionais, nos termos da Lei 8112/90.
- O reitor Ricardo Marcelo Fonseca também determinou a criação do Comitê de Governança de Bolsas e Auxílios, visando aperfeiçoar os mecanismos de controle sobre esse tipo de pagamento. Também está criada, por meio de portaria, uma comissão para trabalhar no Plano de Transparência e de Dados Abertos da Universidade, instrumento para garantir que a sociedade tenha acesso a todas as informações de caráter público.
- A Universidade Federal do Paraná tomou todas as providências cabíveis para esclarecer os fatos e responsabilizar os eventuais envolvidos. Com o resultado da investigação, a UFPR solicitará a restituição dos valores ao erário.
- A gestão do reitor Ricardo Marcelo Fonseca reafirma seu compromisso com a transparência e a ética. Reforça ainda que condena veementemente qualquer prática ilícita e que continuará colaborando com as investigações, tanto no âmbito do Tribunal de Contas da União quanto da Polícia Federal.
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