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Com ajuda de projeto, aluna de escola pública chega à Nasa

22.mai.2017 - Noemi Rocha representando o Instituto Bom Aluno em premiação na ONU - Reprodução
22.mai.2017 - Noemi Rocha representando o Instituto Bom Aluno em premiação na ONU Imagem: Reprodução

Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

31/05/2017 04h00

A estudante Noemi Vergopolan Rocha, 26, gosta de se descrever como uma pessoa dedicada. Há quatro anos, ela saiu de Curitiba, onde morava com os pais, e pisou pela primeira vez nos Estados Unidos para fazer um intercâmbio que, em seguida, a levaria a um estágio na Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), na Califórnia. Há dez dias, ela participou de um evento na ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York.

Noemi conta que sempre se destacou entre os alunos da Escola Municipal Coronel Durival de Britto, no Paraná, onde cursou o ensino fundamental, mas almejava um ambiente com mais desafios.

Em 2005, no primeiro ano do ensino médio, ela deu um passo que mudaria sua vida escolar: vinda de família com poucos recursos, recebeu uma bolsa de estudos para completar o ensino médio em uma escola de ensino particular. “Sem o auxílio da bolsa de estudos e o esforço da minha parte, eu com certeza não teria chegado onde cheguei”, afirma Noemi. “É a combinação de esforço e oportunidade.”

O apoio veio do Instituto Bom Aluno, organização paranaense criada com a missão aprimorar a formação de alunos de bom desempenho, oferecendo apoio gratuito a estudantes de escola pública.

A somatória de seus esforços e o interesse pela sustentabilidade levaram Noemi a concluir sua graduação em engenharia ambiental na UFPR (Universidade Federal do Paraná), e a carimbar seu passaporte pela primeira vez para aprofundar seus estudos em recursos hídricos na Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA.

Foi no último ano acadêmico em território americano que os seus conhecimentos fizeram com que a curitibana conquistasse uma vaga de estágio na Nasa, na área de monitoramento do impacto do desmatamento na Amazônia. Iniciativa, é preciso ressaltar, também contou pontos. “Entrei em contato com uma pesquisadora brasileira de lá, Roseli Lopes, e disse que tinha interesse em desenvolver meu TCC na Nasa e que era boa no que fazia, que eles não iam se arrepender de me contratar”, contou.

Há cerca de 10 dias, Noemi representou o instituto na disputa do 3S Awards, um prêmio internacional realizado pela GSC (Global Sourcing Council), integrante de programas de impacto social da ONU, que reconhece organizações que demonstram liderança social e inovação. Hoje, a ex-aluna de escola pública está desenvolvendo seu doutorado na Universidade de Princeton, em Nova Jersey, nos EUA.

Instituições

A trajetória de Noemi, para alguns alunos brasileiros, ainda não passa de um sonho. Para ampliar o acesso de outros alunos à trajetória semelhante, outras organizações além do Instituto Bom Aluno buscam ser uma ponte entre o potencial e a realização de estudantes brasileiros.

Entre elas, está o Ismart (Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos), que facilita e amplia a oportunidade de alunos de escolas públicas.

Apesar de suas diferenças, esses programas incentivam e promovem a inclusão de alunos de baixa renda com bom rendimento escolar a alcançar bolsas de estudo em colégios particulares.

Conheça abaixo os detalhes desses projetos:

  • Instituto Bom Aluno

Público-alvo: alunos de baixa renda comprometidos com os estudos e que buscam uma melhor qualidade de ensino

Pré-requisitos: estar cursando o ensino fundamental em escola pública, com média bimestral mínima de 7,0 pontos em todas as disciplinas durante o ano e ter ao menos 90% de frequência escolar

Cidades: São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Vitória, Bahia, Londrina, Vipal e Maringá

Contato: pelo telefone (41) 3335-6006 ou pelo site www.bomaluno.com.br/bomaluno/programa/pro_curitiba.php

Inscrições: até 31 de maio

 

  • Ismart (Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos)

Público-alvo: alunos com alto rendimento escolar e que demonstrem autonomia e motivação para dar conta dos desafios do projeto

Pré-requisitos: o candidato deve estar matriculado no 7º ano ou no 9º ano do ensino fundamental e vir de família com renda por pessoa de até dois salários mínimos (R$ 1.874)

Cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São José dos Campos, Cotia e Sorocaba

Contato: pelo site www.ismart.org.br/

Inscrições: até 3 de julho