Deficiente visual saiu de casa um dia antes para não se atrasar
A deficiente visual Marisa dos Santos Silva, 40, está se submetendo às provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) pela terceira vez, neste domingo (5), e conta que para não chegar atrasada ao local do exame saiu de casa às 7h30 de sábado (4) para dormir na casa de uma professora, que mora no bairro Poço (região central de Maceió), e, assim, ter que pegar apenas um ônibus.
Ela mora a cerca de 20 km do local em que faz a prova do Enem, no bairro Cidade Universitária, e pegou dois ônibus para chegar ao Centro Universitário Tiradentes, no bairro de Cruz das Almas.
"A tensão para a prova é grande e eu preferi fazer metade do percurso ontem até a casa da professora para sair hoje com tranquilidade. Demoramos 40 minutos para chegar aqui hoje, mas chegamos às 10h40, tudo dentro do tempo que calculamos", conta Silva.
Ela pretende cursar pedagogia e relata que começou a fazer cursinho na escola de cegos Ciro Acioli, localizada no centro de Maceió, em março. As aulas ocorriam durante a manhã ou à tarde, de acordo com as disciplinas.
"Por mais que esteja preparada, acho que preciso de mais alguma coisa. Por isso meu maior desafio é enfrentar a tensão, pois a acessibilidade aqui é melhor do que a de outros prédios de outras escolas, mesmo sendo distante", explicou a candidata.
Ela pediu auxílio de um ledor para as provas do Enem neste domingo porque a leitura em braile é demorada e pode atrapalhar no tempo determinado para finalizar a prova. "Solicitei um ledor porque é mais rápido parar responder às questões. Em 2010 fiz a prova em braile, sem ledor, e não deu tempo para responder tudo", disse.
Mais de 100 mil fazem prova no Estado
Em Alagoas, 118.724 pessoas se submetem ao Enem, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, órgão do Ministério da Educação). O número representa 1,7% do total de inscritos no Brasil.
Em Maceió, 48.664 se inscreveram no Enem. Além da capital, as cidades que mais têm candidatos são: Arapiraca, com 15.815, União dos Palmares, com 5.306, e Palmeira dos Índios, com 4.518.
O Inep informou que 50 pessoas de Alagoas solicitaram atendimento específico --a maioria dos casos é de deficiência física, baixa visão e deficiência de atenção. No Estado também são aplicadas 25 videoprovas traduzidas em libras.
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