Topo

Somente 1,9% dos cursos de saúde recebem conceito máximo do Inep

Imagem: Shutterstock

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

24/11/2017 12h32

Somente 1,9% dos cursos de saúde e ciências agrárias receberam em 2016 o conceito máximo no índice que avalia a qualidade dessas graduações, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

O CPC (Conceito Preliminar de Curso) avalia a qualidade dos cursos superiores e é composto por diferentes variáveis como o desempenho dos alunos no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes); títulos e regime de trabalho dos professores e gestores; avaliação dos estudantes quanto à pedagogia do curso; infraestrutura e oportunidades de ampliação da formação acadêmica e profissional.

Veja também

Os cursos avaliados em 2016, cujos dados foram divulgados agora, foram os bacharelados em agronomia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, serviço social e zootecnia. Os cursos tecnólogos em agronegócio, estética e cosmética, gestão hospitalar e gestão ambiental também foram analisados.

Ao todo, 4.196 cursos receberam um CPC em 2016. O conceito é calculado somente para cursos com pelo menos dois alunos participantes no Enade. Destes, 4.145 eram presenciais e 51, à distância.

O indicador conta com cinco faixas, sendo 1 a pior nota na escala e 5, a melhor. Em 2016, apenas 1,93% (81) dos cursos receberam a nota 5, enquanto 40,28% (1.690) ficaram com nota 4; 50,45% (2.117) com nota 3; 6,98% (293) com nota 2; e 0,36% (15) com nota 1.

Os cursos de instituições públicas saíram-se melhor do que os de instituições privadas: 55,1% das graduações públicas receberam conceito 4 ou 5; 38,8% tiveram conceito 3; e 6,1%, conceito 1 ou 2. Já 38,1% dos cursos de instituições privadas receberam conceito 4 ou 5; 54,2% tiveram conceito 3; e 7,7%, conceito 1 ou 2.

Vale ressaltar, segundo o Inep, que, somente com esses dados, não é possível afirmar se um curso é realmente de baixa qualidade. Isso porque o conceito indica como os cursos avaliados se situam na média nacional das graduações das áreas de saúde e ciências agrárias.

Ou seja, no ano passado, a maioria dos cursos analisados – faixa 3, com 50,5% – permaneceu na média do desempenho nacional. Cursos com nota 1 e 2 devem receber visitas presenciais do governo para julgar o que está deficiente no ensino.

Maioria das instituições ficou na média nacional

O Inep também divulgou nesta sexta os conceitos de instituições de ensino superior avaliadas no triênio 2014-2016. A maioria – 66,7% – ficou na média nacional e recebeu nota 3. Somente 1,5% teve nota 5. Por outro lado, 17,4% tiveram nota 4; 14%, nota 2; e 0,4% nota 1.

O IGC (Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição) é dado para cada instituição de ensino superior e leva em consideração a média do CPC dos cursos avaliados no triênio 2014-2016; número de matrículas; e média dos conceitos da avaliação trienal da Capes dos programas de pós-graduação stricto sensu. No caso de instituições sem programas de pós-graduação da Capes, o índice é média ponderada dos CPC dos cursos de graduação.

Ao todo, 2.121 instituições foram avaliadas com o IGC em 2016 e 21.154 cursos com CPC no triênio 2014-2016 foram utilizados para o cálculo do IGC do ano passado.

Outros dois indicadores, o conceito Enade e o IDD (Indicador de Diferença entre os Desempenhos Observado e Esperado), já foram divulgados pelo Inep em setembro deste ano.

O conceito de cada curso especificamente, por exemplo, medicina da Universidade de Brasília, estará disponível no portal do Inep e no Diário Oficial da União na próxima segunda-feira (27).

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Somente 1,9% dos cursos de saúde recebem conceito máximo do Inep - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Últimas notícias