Após tentativa de invasão, Câmara de SP barra entrada de professores
A Câmara Municipal de São Paulo, na região central da cidade, foi fechada para o acesso ao público, no final da manhã desta quarta-feira (14), após uma tentativa de invasão comandada por professores da rede pública municipal. Eles protestam no local desde a noite dessa terça (13) e acamparam na calçada da casa legislativa com oito barracas.
Os manifestantes tentaram entrar no prédio à força por volta das 11h30, logo após fecharem a rua com placas e gritos de guerra. No protesto, os docentes da rede municipal, apoiados por servidores de outras áreas —como saúde, cultura e assistência social — gritam “Se votar, não vai voltar”, em referência ao ônus eleitoral que a aprovação poderia acarretar aos vereadores que endossarem o projeto.
Profissionais da educação da rede municipal de São Paulo estão em greve há seis dias. Os servidores protestam contra o projeto na Câmara Municipal que propõe mudanças na Previdência dos funcionários do município.
Segundo a Câmara municipal, a entrada foi fechada por motivos de segurança. Pouco antes das 13h, foi liberado, um a um, o acesso de manifestantes ao Salão Nobre da Casa, que tem capacidade para 320 pessoas.
É no salão que ocorrerem as reuniões da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que podem definir se o projeto será votado ainda hoje em sessão extraordinária. A audiência da CCJ teve início pouco depois das 13h. Às 13h15, a GCM cercou a mesa dos integrantes da comissão devido à aproximação dos professores, com gritos e cartazes.
Outras 500 pessoas também ocupavam uma área de externa da Câmara, com acesso a um telão. Outras centenas de manifestantes se posicionavam em frente à entrada principal da Câmara.
- O que quer a Prefeitura de SP:
- Aumentar contribuição do funcionário público de 11% para 14%, além de estabelecer uma alíquota suplementar temporária
- O que querem os professores municipais:
- Que o projeto seja retirado de discussão na Câmara
O projeto não está na pauta da sessão extraordinária de hoje da Câmara, marcada para esta tarde e que conta com 123 projetos de iniciativa parlamentar.
Apesar disso, o regimento da Casa abre brecha para que a tramitação em comissões seja acelerada, se o projeto passar pela CCJ. Para isso, além da evolução na comissão, a maioria do plenário precisa aprovar um “pé de pauta”, ou seja, a inclusão do projeto em uma espécie de apêndice do expediente de hoje.
Na segunda (12), em evento na prefeitura, Doria afirmou que a greve dos professores não faria o Executivo recuar em relação à proposta.
Uma das coordenadoras da ocupação da calçada da Câmara com as barracas. Valeria afirma que vereadores que apoiarem a proposta sofrerão campanha negativa em uma eventual nova candidatura. “Nossa bandeira com os vereadores será esta: se aprovarem esse projeto, lembraremos o eleitorado deles, quando se candidatarem agora ou na próxima eleição, do que estão fazendo com os servidores municipais”, completou.
Também ocupante de barraca, o professor municipal de história Ivan Canoletto Rodrigues, 32, disse que os manifestantes acamparão no local “por tempo indeterminado”. “A ideia é botar pressão, até porque, temos assembleia de avaliação da greve amanhã”, afirmou. A assembleia, que deve decidir se professores mantêm a greve, está marcada para as 15h desta quinta.
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