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Para professores, biologia foi fácil e exatas elevaram nível da Fuvest

Candidatos fazem prova da primeira fase da Fuvest na FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo), no bairro do Butantã, zona oeste de São Paulo Imagem: Luiz Cláudio Barbosa/Código19/Estadão Conteúdo

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

25/11/2018 22h15

Os vestibulandos que compareceram aos 35 locais de aplicação da prova da primeira fase da Fuvest, na tarde deste domingo (25), não tiveram maiores dificuldades para responder as questões da prova de biologia, na opinião dos professores de cursinho ouvidos pelo UOL. A prova foi a mais fácil dessa etapa da seleção.

“Sem dúvida, a mais fácil foi a de biologia. O vestibular da Fuvest é uma prova bonita, inteligente, que premia o aluno preparado. Ele fica satisfeito, se ele estudou, se dedicou, ele sai satisfeito do local de prova”, disse Vera Lucia Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo.

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Apesar de divergirem sobre qual foi a disciplina que trouxe questões mais complexas, os especialistas afirmaram que prova, no geral, manteve o nível de dificuldade dos anos anteriores.

“Ela se manteve no padrão do ano passado. Sem muita interpretação de texto, com muito conteúdo. É uma prova diferente da do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. Se você não sabe o conteúdo, dificilmente acerta uma questão”, diz Rodrigo Fulgêncio Mauro, diretor do Curso Poliedro.

Hoje, dos 127.786 candidatos inscritos, 10.586 não compareceram. Foi o menor índice de abstenção registrado nos últimos oito anos: 8,3%. A USP (Universidade de São Paulo) disponibiliza para este vestibular 8.362 vagas distribuídas em 183 cursos de graduação.

A segunda fase, que acontece nos dias 6 e 7 de janeiro de 2019, será constituída por provas de conhecimentos específicos de acordo com o curso escolhido. O primeiro dia de prova terá dez questões discursivas de língua portuguesa e uma redação. O segundo, 12 questões sobre duas a quatro disciplinas dependendo da carreira escolhida.

Exatas complicaram nota dos candidatos

Para ele, o calo dos candidatos apertou nas provas de exatas, cujas questões costumam ser tradicionalmente mais trabalhosas.

“São questões difíceis, complexas tanto na resolução quanto no tempo de resolução. A de matemática, por exemplo, precisa ter conteúdo, precisa ter estudado bastante para conseguir resolver”, disse. Para Mauro, as questões mais difíceis envolviam conhecimentos sobre geometria.

Antunes chamou a atenção, ainda, para a questão 46 da prova V, de matemática, que pedia ao vestibulando para calcular o número de irmãos e irmãs com as informações expostas no problema. Segundo ela, é uma questão complexa que já caiu na prova da Fuvest de 1994. “É praticamente idêntica, inclusive a resposta dela. Nós a temos no nosso material aqui do Objetivo. Isso não anula a questão”, contou.

Para ela, no entanto, a prova mais difícil foi a de física, com todos os seus cálculos e fórmulas. Daniel Perry, coordenador do Curso Anglo, discorda. “Em física, a prova estava equilibrada, mais fácil inclusive do que no ano passado. Foi uma prova abrangente, com temas clássicos”, disse.

Para ele, matemática também foi mais fácil do que a edição do ano passado, ainda que tenha mantido a tradição de trazer questões complexas.

Geografia foi a prova mais bem elaborada

Os professores disseram que o título de prova mais bem elaborada deste ano foi para geografia. Antunes disse que a prova trouxe gráficos, mapas, imagens para serem analisados pelo candidato, cobrando assuntos tradicionais com criatividade. “Foi uma prova linda, porque pedia o domínio de assuntos tradicionais, mas exigia que o aluno tivesse cultura. Teve caráter interdisciplinar”, analisa.

“Trouxe questões sobre São Paulo como acontece tradicionalmente, com enunciados bem elaborados, uma distribuição abrangente entres os assuntos. Foi uma prova muito bem-feita”, acrescenta Mauro.

Para Antunes, a abrangência das provas de geografia e história tornaram as questões complicadas para que não dominava os temas. “São questões que não geram dúvidas. Se ele conhece o assunto, responde; se não conhece, fica complicado”, disse.

Na de história, uma questão sobre revolução cultural chinesa chamou atenção do coordenador do Anglo. “Havia uma questão sobre um tema não muito comum: revolução cultural chinesa, mas que é importante para entender o papel da China hoje”, disse Terry.

Antunes ressaltou a dificuldade da prova de português. “As questões de literatura, por exemplo, exigiram uma reflexão crítica dos alunos sobre as obras literárias. Ele tinha que ter conhecimento crítico das obras, não adiantava só ter lido”, disse.

Chamou a atenção para uma questão exigia uma comparação entre as obras de Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade. “Questões com vários tipos de linguagem, com texto e charge, sobre nomenclatura gramatical. Foi mais difícil do que a no ano passado”, disse.

Notas de corte e caneta azul

Pela primeira vez, a Fuvest vai separar vagas para cotistas sociais e raciais, com isso haverá três notas de cortes diferentes que vão definir quais candidatos irão para a segunda fase da seleção. Por isso, Rodrigo Fulgêncio Mauro, diretor do Curso Poliedro, aconselha os alunos a não se preocuparem com as notas de corte e continuarem estudando para a segunda fase, independentemente do que veja na correção do gabarito.

“Neste ano vai ser complexo determinar com que nota vai se passar para a segunda fase, por causa das mudanças na distribuição das vagas. O que eu digo para os alunos é que continuem estudando, porque pode acontecer de a nota de corte baixar ou aumentar. É imprevisível ainda”, disse.

Outra mudança no vestibular da Fuvest deste ano foi o uso apenas de caneta esferográfica azul para preenchimento do gabarito, diferenciando a seleção dos demais vestibulares e do Enem, que pedem caneta preta. Teve candidato que reclamou no Twitter, apesar de a mudança ter sido amplamente divulgada.

Para Mauro, isso não deve influenciar no resultado da prova. “Nós achamos estranho a mudança, porque podia ser azul ou preta. Estava no manual, foi divulgado, mas esperamos que eles não sejam eliminados, porque, azul ou preta, pode não influenciar na leitura óptica [do caderno de respostas]. Acreditamos que não deve haver problema”, concluiu.

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