Há menos de 2 semanas, Bolsonaro disse que demissão de Vélez era fake news
Há 12 dias, em 27 de março, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi às redes sociais chamar de "fake news" (notícia falsa) a informação de que teria decidido demitir Ricardo Vélez Rodríguez, o ministro da Educação afastado do cargo hoje.
Menos de duas semanas antes de exonerar Vélez, Bolsonaro usou a palavra demissão entre aspas. "A mídia cria narrativas de que NÃO GOVERNO, SOU ATRAPALHADO, etc", escreveu em uma publicação acompanhada de uma foto de um televisor.
Na tela, via-se uma chamada da Globonews em que a jornalista Eliane Catanhêde informava que o presidente havia decidido pela demissão de Vélez Rodríguez.
No dia seguinte, Bolsonaro disse que Vélez era "novo no assunto" e que não exoneraria ninguém por telefone.
Novo ministro
Hoje, ao mesmo tempo em que anunciou a saída do colombiano naturalizado brasileiro Vélez Rodríguez, Bolsonaro divulgou o nome do novo titular da pasta: Abraham Weintraub.
Com 20 anos de atuação no mercado financeiro, Weintraub já se declarou favorável a "combater o marxismo cultural nas universidades".
"A gente tem que ser mais engraçado que os comunistas. A gente tem que ganhar a juventude. Como é que você ganha a juventude? Com humor e inteligência", afirmou durante participação em um fórum conservador em dezembro de 2018.
Após o anúncio de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, guru ideológico da direita bolsonarista, desejou sorte ao novo ministro da Educação.
Aliados de primeira hora
Os irmãos Abraham e Arthur Weintraub são aliados de primeira hora de Bolsonaro. Os dois começaram a assessorar o então deputado federal ainda em 2017, quando a candidatura à Presidência sequer havia sido lançada.
Eles participaram da equipe de transição de Bolsonaro. Até sua nomeação como ministro, Abraham era o secretário-executivo da Casa Civil, o segundo posto mais alto na pasta, abaixo apenas do ministro Onyx Lorenzoni (DEM-RS), de quem é bastante próximo.
Nos bastidores, a nomeação de Weintraub é vista como uma vitória do ministro. Os elogios ao filósofo Olavo de Carvalho indicam, no entanto, que o alinhamento ideológico do ministério sob Weintraub pode não ser tão diferente daquele que foi dado por Vélez. O agora ex-ministro também era um defensor do combate ao chamado "marxismo cultural" e foi indicado por Olavo para assumir o ministério.
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