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Argentina suspende avaliação com notas em todas as escolas do país

22.abr.2020 - Em meio às limitações impostas pelo novo coronavírus, adolescente assiste aula à distância em Nápoles, na Itália - Salvatore Laporta/KONTROLAB/LightRocket via Getty Images
22.abr.2020 - Em meio às limitações impostas pelo novo coronavírus, adolescente assiste aula à distância em Nápoles, na Itália Imagem: Salvatore Laporta/KONTROLAB/LightRocket via Getty Images

Do UOL, em São Paulo

11/05/2020 16h10

Os representantes da educação nas províncias argentinas decidiram, em comum acordo, suspender a avaliação dos alunos por meio de notas nestes primeiros quatro meses do ano letivo no país. A medida valerá para todas as escolas, de todos os níveis, e foi motivada pelas limitações impostas pelo novo coronavírus.

A ideia, segundo reportado pelo Clarín, é que os estudantes não sejam atribuídas notas —nem numéricas, nem em qualquer outra escala que implique uma "prova" de seu aprendizado— aos estudantes até que eles voltem às aulas presenciais.

Em vez disso, as escolas devem fazer o que o governo chama de "avaliação formativa", registrando as interações dos alunos com os professores e os progressos individuais durante as aulas à distância, bem como a eficiência dessa nova modalidade de ensino.

O novo sistema, ainda de acordo com o Clarín, já foi acordado entre as 24 jurisdições educacionais das províncias argentinas. Na próxima sexta-feira (15), o Conselho Federal de Educação do país estabelecerá um marco para elevar a medida a nível nacional.

O Ministério da Educação argentino também quer estabelecer uma unidade pedagógica entre a primeira e a terceira série, impedindo que crianças nesta fase repitam de ano. Uma polêmica resolução de 2012 já determinava essa unidade pedagógica entre o primeiro e o segundo grau.

Volta às aulas

Quanto à volta às aulas, o governo disse estar observando as iniciativas de países europeus, além da evolução da curva de contágios na Argentina. Por ora, a ideia é que as aulas presenciais não sejam retomadas até agosto, depois das férias, e de forma escalonada —com metade dos alunos indo em um dia e a outra metade, em outro.

As aulas, então, serão "mistas", combinando o aprendizado em sala com o que é feito em casa. A ideia é que os estudantes tenham acesso a 100% do conteúdo que teriam em condições normais e, ao mesmo tempo, usem menos o transporte público.

Para que nenhum tema essencial seja perdido neste ano letivo, o governo pretende redistribuir os conteúdos e as metas de aprendizado em 2020, 2021 e, se preciso, 2022. Por este motivo, os únicos alunos que deverão ir à escola todos os dias são aqueles dos últimos anos do ensino fundamental e médio.

Há ainda a possibilidade de que esses estudantes tenham aula em fevereiro, março e abril, com apenas uma "pausa" em janeiro (mês que também poderia servir às viagens de formatura). Desta forma, quem concluir o ensino médio poderá entrar no ensino superior sem maiores problemas, já que as aulas nas universidades, em sua maioria, só começam em abril.