Levar crianças pobres de volta à escola custaria US$ 370 por aluno, diz ONG
Custaria apenas 370 dólares por aluno para retomar o ensino de crianças que tiveram a educação afetada pela pandemia. Com este cálculo, a ONG Save the Children pediu aos doadores internacionais que se mobilizem para enviar as crianças dos países mais pobres do mundo de volta às escolas fechadas pela pandemia.
A organização não governamental, sediada em Londres, tem pedido reiteradamente a adoção de medidas para ajudar as crianças a permanecer na escola apesar do novo coronavírus, o que sua diretora-geral, Inger Ashing, qualificou de "a maior emergência educacional que já vimos".
A Save the Children publicou uma pesquisa que abrange os 59 países mais pobres do mundo, entre eles El Salvador, Uganda e Síria, e calculou o custo médio da reabertura das escolas, estabelecendo medidas de segurança contra o novo coronavírus e ajudando as crianças se atualizarem nas lições perdidas.
O custo total para as 136 milhões de crianças afetadas seria de 50 bilhões de dólares, ou seja, 370 dólares por estudante, destacou a ONG, pedindo aos doadores internacionais que ajudem os governos a arrecadar este montante.
O valor cobriria o apoio financeiro para que as famílias possam mandar seus filhos para a escola, as aulas de recuperação, a capacitação em higiene e segurança dos professores, bem como as campanhas nacionais para incentivar o retorno das crianças à escola.
"Os mais pobres e marginalizados, como as meninas, os refugiados, as crianças deslocadas e os portadores de deficiência são prioridade", diz a organização.
Caso contrário, estas crianças podem nunca mais voltar à escola, ressalta, alertando para o risco de uma "geração perdida".
Só em Uganda, mais de 13 milhões de crianças não frequentam à escola desde março, disse a ONG.
"As crianças que atualmente não estão na escola são nossos futuros médicos, cientistas, caminhoneiros e encanadores", afirmou Ashing.
"Se 2020 foi o ano em que a vacina foi descoberta, então 2021 deve ser o ano para investir no futuro das crianças", acrescentou.
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