25 universidades federais não têm previsão para retorno de aula presencial
Ao menos 25 universidades federais não têm previsão para liberar o retorno de todas as aulas no esquema presencial. A maioria das instituições, no momento, mantém apenas atividades práticas, principalmente dos cursos de Saúde, no presencial.
O UOL entrou em contato com as 69 universidades federais do país. Dez pretendem restabelecer todo o funcionamento presencial a partir de 2022. Quatro informaram que até liberaram as aulas presenciais, mas o sistema ainda não foi retomado totalmente.
Vinte e cinco não responderam os questionamentos enviados pela reportagem até o fechamento deste texto.
Entre as que não têm previsão de receber os alunos para as aulas presenciais —além das atividades práticas— estão Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), UFBA (Universidade Federal da Bahia) e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos, no interior de São Paulo).
A UnB (Universidade de Brasília) afirma que terá uma decisão sobre o tema em novembro. Já a UFG (Universidade Federal de Goiás) ampliará as atividades presenciais em dezembro. Até o momento, a instituição também tem priorizado aulas presenciais para os alunos dos cursos de Saúde.
Procurado pela reportagem, o MEC (Ministério da Educação) disse que publicou uma portaria em dezembro de 2020 que autoriza as aulas presenciais a partir de 1º de março deste ano. A pasta afirma que a "data é tida como referência, visto que as universidades federais possuem autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial", segundo artigo previsto na Constituição.
Menos verba para a retomada das atividades presenciais
Em maio, as principais federais do Brasil se queixaram de um corte no orçamento das universidades. A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), umas das principais e melhores do país, informou que a falta de verba não ajudaria a instituição a retornar para o presencial em 2021.
A previsão da UFRJ é que as aulas presenciais retornem em abril de 2022. Para isso ocorrer, no entanto, a universidade aponta que depende da "necessidade de recebimento de recursos financeiros por parte da União de modo a preparar a instituição para o retorno das suas atividades presenciais em sua totalidade".
A conclusão do ciclo vacinal dos servidores e alunos é outro critério levado em consideração pela federal carioca para a retomada das atividades presencial e também é uma demanda de outras instituições.
Para colaborar com a discussão de retorno das aulas, a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) preparou um documento com protocolos que podem ser seguidos pelas universidades.
"Já estamos no momento de discutir, considerando esses detalhes de segurança [disseminação do vírus, vacinação] e sabemos que possivelmente em 2022 teremos grande parte das atividades de ensino", explica a reitora da UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia) e coordenadora do documento, Joana Angélica Guimarães.
Joana ressalta também que as universidades têm desafios diferentes dos enfrentados pelas equipes da Educação Básica, como fazer um retorno seguro de alunos que estão em outros municípios e estados do país.
"Precisamos garantir que as moradias estejam em um funcionamento seguro, que o restaurante universitário cumpra com sua função, mas seguindo protocolos de segurança", pontua a reitora da UFSB.
A Andifes afirma que têm apoiado a autonomia de cada universidade para tomar a decisão relacionada ao retorno presencial das aulas.
Assim como a UFRJ, as federais do Mato Grosso do Sul, Ceará, Vale do São Francisco, do Rural do Semi-Árido, do Amazonas, Tocantins, Itajubá, Rural do Rio de Janeiro e do Pampa disseram que também devem retomar todo o funcionamento presencial a partir de 2022.
A UFPR (Universidade Federal do Paraná) afirmou que tem mais de 170 disciplinas no presencial, mas cursos como Artes, Comunicação e Design e Ciências Humanas continuam no remoto.
O MEC disse que enviou às universidades "uma série de perguntas sobre este retorno, formato das atividades pedagógicas implantadas" com o objetivo de fazer o acompanhamento das instituições.
Aulas presenciais liberadas a partir da demanda
Quatro universidades federais já liberaram as aulas presenciais para além das atividades práticas, mas cada uma delas tem seguido um critério. A UFR (Universidade Federal de Rondonópolis), por exemplo, tem disponibilizado novas disciplinas. Caso elas sejam aprovadas pelos professores e tenham alunos interessados, funcionam no presencial.
"Portanto, as atividades presenciais em curso só ocorrem pela oferta dos cursos e pelo interesse dos alunos", informou a universidade. Atualmente, 3% das disciplinas têm sido em aulas presenciais, 13% em híbridas e 84% em remotas.
Já a UFPA (Universidade Federal do Pará) afirmou que a instituição está em "bandeiramento verde", o que significa baixo risco de disseminação do vírus na cidade e estado, e por isso as faculdades podem oferecer aulas híbridas e presenciais.
O mesmo acontece com a UFFS (Universidade Federal da Fronteira do Sul) e a UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro). A prioridade nessa última, porém, são os estágios obrigatórios. "Atualmente, a fase estipulada para retorno é de 20% de pessoas em cada local em cada horário", informou a instituição.
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