Aliança similar à Otan, OTSC surgiu após Guerra Fria e tem apenas 6 países
Cinco vezes menor do que a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em número de países membros, a OTSC (Organização do Tratado de Segurança Coletiva) é a aliança militar comandada pela Rússia e criada para suprir a ausência de uma proteção mútua no leste europeu após o fim do Pacto de Varsóvia.
Ela foi criada em 1992, no ano seguinte à dissolução da União Soviética, com o intuito de reforçar a segurança da região e, de forma semelhante à Otan, responder às ameaças aos países membros de maneira unificada.
A OTSC é atualmente composta por seis países membros: Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia e Tajiquistão.
Já a Otan conta com 30 membros, incluindo sete ex-signatários do Pacto de Varsóvia (Albânia, Bulgária, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Polônia e Romênia) e três ex-repúblicas soviéticas (Estônia, Letônia e Lituânia).
Embora não seja integrante da OTSC, a Sérvia participa das assembleias do bloco oriental como estado observador. O Afeganistão também já foi um dos países observadores, mas teve sua participação vetada após o retorno do Taleban ao poder, em agosto do ano passado.
Azerbaijão, Geórgia e Uzbequistão foram integrantes da OTSC, mas não integram mais a aliança.
- Veja essa e mais notícias no UOL News com Fabíola Cidral:
A aliança
Em termos de expansão, a OTSC assumiu uma posição mais tímida do que o Pacto de Varsóvia, criado em 1955 para fazer frente à Otan. Liderada pelos EUA, a Otan surgiu em 1949 com o intuito de frear o avanço da influência da União Soviética na Europa durante a Guerra Fria.
Com o fim da Guerra Fria, o Pacto de Varsóvia foi encerrado. A Otan, por outro lado, continuou expandindo suas forças: até hoje, os EUA têm cerca de 100 armas nucleares distribuídas entre bases militares europeias. O presidente russo, Vladimir Putin, argumenta que a atuação da Otan é um risco e utiliza isso para justificar os ataques à Ucrânia.
Uma das ações recentes da OTSC foi o envio de tropas russas ao Cazaquistão, em janeiro deste ano, para conter manifestações internas contra o governo cazaque. As forças foram enviadas a pedido do presidente Kassym-Jomart Tokayev.
Outra característica do bloco é a realização anual de exercícios militares conjuntos. Em fevereiro, as forças se concentraram em Belarus, na fronteira com a Ucrânia, pouco antes de Putin anunciar a invasão.
"Isso permitiu que as tropas russas entrassem no território de Belarus sem grandes alardes e com essa história de cobertura, de que era para exercícios militares", observa o cientista político Augusto Teixeira, professor de Relações Internacionais da UFPB (Universidade Federal da Paraíba).
Não à toa, logo no início da invasão tem um eixo de avanço que parte de Belarus em direção a Kiev."
Augusto Teixeira, professor da UFPB
Belarus desempenha um papel importante nos conflitos, mediando negociações de paz entre Rússia e Ucrânia e, ao mesmo tempo, sendo acusado de servir de base para tropas russas.
O presidente Aleksandr Lukashenko é aliado de Putin e já foi apontado como subserviente aos interesses do Kremlin. Recentemente, ele aprovou um referendo para retomar a posse de armas nucleares — das quais o país abriu mão desde a década de 1990, quando tornou-se independente da União Soviética.
Segundo reportagem da BBC, até o momento Belarus é o aliado mais ativo da OTSC no conflito com a Ucrânia. Autoridades do Cazaquistão, do Quirguistão e do Tadjiquistão recusaram pedidos russos para envio de tropas à Ucrânia.
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