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SP desobriga máscara no pátio de escolas, mas item segue exigido nas salas

O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, em coletiva de imprensa - Divulgação/Governo de São Paulo
O secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, em coletiva de imprensa Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

Anna Satie e Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

09/03/2022 14h25Atualizada em 09/03/2022 17h59

O estado de São Paulo desobrigou, a partir de hoje (9), o uso de máscaras de proteção contra covid-19 em ambientes abertos —ruas, praças, parques, pátios de escola, estádios de futebol, centros de eventos, autódromos e demais áreas livres.

Logo depois de o governador João Doria (PSDB) ter assinado o decreto com a mudança na regra, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, esclareceu que, dentro das salas de aula —ambiente fechado— o uso do item de proteção continua obrigatório.

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Em quadras cobertas, ginásios, laboratórios e outros ambientes fechados dentro da escola, a máscara também continua obrigatória. Já nos espaços descobertos e sem paredes, como pátios e quadras esportivas, os alunos podem retirar o item de proteção.

Fora das escolas, de acordo com o governo estadual, o uso da máscara continua obrigatório em locais fechados, como no transporte público, escritórios, cinemas e teatros.

[Nas escolas,] é a mesma coisa para a mesma população: continua obrigatório o uso nas salas de aula e ambientes fechados. Ambientes abertos, como na quadra que só tem a cobertura, mas não tem laterais fechadas, não precisará mais do uso de máscaras."
Rossieli Soares, secretário estadual da Educação

O secretário pontuou que é recomendável usar máscara em caso de sintomas de covid-19 e que quem se sente confortável com o item não precisa mudar o hábito e abandoná-lo.

"Se recomenda se for uma pessoa que tem algum sintoma. Se a pessoa se sentir confortável utilizando a máscara, poderá continuar usando, por exemplo, mas não é mais obrigatório", afirmou Soares.

O Comitê Científico, que auxilia o governo estadual nas decisões relativas à pandemia, e a Secretaria Estadual da Saúde vão analisar, nas próximas duas semanas, se será possível desobrigar o uso de máscaras em ambientes fechados —isso deve acontecer se os indicadores continuarem em queda (casos, mortes e internações).

Vacinação em alta, casos e internações em queda

A flexibilização do uso de máscaras nas escolas era uma dúvida da gestão João Doria (PSDB). Havia receio de desobrigar o uso da proteção nos ambientes escolares porque a vacinação das crianças não teria alcançado índices considerados necessários pelo governo, com 80% de vacinados com primeira dose. Atualmente, o índice está em 70,7%, segundo o VacinaJá, plataforma do governo paulista.

Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, hoje, Doria atribuiu a decisão de desobrigar o uso de máscaras em ambientes abertos ao índice total de vacinação do estado —São Paulo tem quase 90% da população com mais de 5 anos vacinada com as duas doses.

Os números de novas contaminações, internações e óbitos estão em queda, o que também serviu como base para a ação.

Índices de novos casos, internações e mortes pela covid-19 no estado de São Paulo estão em queda - Reprodução/Governo do Estado de São Paulo - Reprodução/Governo do Estado de São Paulo
Índices de novos casos, internações e mortes pela covid-19 no estado de São Paulo estão em queda
Imagem: Reprodução/Governo do Estado de São Paulo

Em novembro, tentativa de flexibilização

O uso obrigatório de máscaras foi definido por decreto em maio de 2020, no começo da pandemia do coronavírus em São Paulo. O decreto publicado naquela época previa inclusive multa para pessoas físicas e estabelecimentos que não exigissem o uso do item de proteção.

Em novembro do ano passado, Doria havia anunciado a desobrigação do uso de máscaras em ambientes abertos, mas teve que voltar atrás, depois da confirmação dos primeiros casos da variante ômicron no estado. A medida não chegou a sair do papel. Os números de casos, internações e mortes subiram no início deste ano —embora não tenham atingido os índices registrados nos picos, como no primeiro semestre de 2021.