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Ministro da Educação tentou nomear pastor lobista no governo, diz jornal

Pastor Arilton Moura - Luís Fortes/MEC
Pastor Arilton Moura Imagem: Luís Fortes/MEC

Do UOL, em São Paulo

04/05/2022 20h04Atualizada em 05/05/2022 18h26

O atual ministro da Educação Victor Godoy Veiga trabalhou dentro do MEC para que o pastor Arilton Moura tivesse um cargo comissionado na época em que Milton Ribeiro ainda dirigia a pasta. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo hoje.

Arilton Moura é, junto com Gilmar Santos, apontado como lobista numa espécie de troca de favores com prefeitos para que as cidades obtivessem verbas do Ministério da Educação. Os pedidos de propina incluiam ouro, além de outros favores.

Segundo apuração da Folha de S. Paulo, no dia 17 de novembro de 2020, Victor Godoy Veiga, então secretário-executivo do Ministério da Educação, enviou uma consulta ao Chefe de Gabinete do MEC perguntando se seria possível nomear Arilton Moura como gerente de Projeto. Em dezembro daquele ano, entretanto, a Casa Civil negou o pedido.

Em contato com o UOL, o Ministério da Educação esclareceu que "o cargo em questão, apesar de estruturalmente estar ligado à Secretaria-Executiva da instituição, foi prontamente colocado à disposição do então ministro em sua assessoria. A escolha desse cargo decorreu da falta de disponibilidade de outros cargos vagos na estrutura do MEC".

O MEC ainda afirmou que Arilton Moura não exerceu "qualquer atividade na Secretaria Executiva".

Atual ministro do MEC, Veiga atuou como secretário executivo na gestão de Milton Ribeiro, cargo conhecido como segunda cadeira no comando da pasta.

Ribeiro deixou o cargo uma semana após a divulgação de um áudio em que ele afirma que o governo federal prioriza prefeituras ligadas a Arilton Moura e Gilmar Santos —que não têm vínculo formal com a gestão pública. Ele foi substituído por Veiga, primeiro interinamente e depois de forma efetiva.

Os pastores possuem 45 registros de entradas no Palácio do Planalto, na sede da Presidência da República, entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2022. Ao todo, os registros representam 35 visitas, pois em dez ocasiões, ambos os pastores estiveram juntos no Planalto. A relação de entradas e saídas dos dois foi divulgada em abril pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional).