Hino da Proclamação da República: Veja letra, conheça história e ouça
O hino da Proclamação da República, celebrada nesta quarta-feira (15), é um dos símbolos que marca o evento que encerrou a monarquia no Brasil.
Em 1889, o marechal Deodoro da Fonseca assinou o Decreto 1º, ato que resultou na derrubada da monarquia e na instauração do republicanismo.
O hino da Proclamação da República foi composto no ano seguinte, em 1890. Duas pessoas assinam a obra: o jornalista e escritor Medeiros e Alburquerque (letra), e o compositor e maestro Leopoldo Miguez (música).
A história do hino
A canção venceu o concurso criado para eleger o hino oficial do Brasil republicano, que tinha o governo provisório do marechal Deodoro da Fonseca.
Mesmo com a vitória na disputa, a composição acabou não sendo utilizada como o novo hino nacional.
Em decreto de 1890, o governo brasileiro definiu que a composição fosse empregada como hino da Proclamação da República.
Assim, a obra ficou conservada como um dos símbolos da proclamação do regime republicano brasileiro.
Hoje, o hino não é executado com tanta frequência. Não é comum ser ouvido em solenidades oficiais.
A letra do hino
Hino da Proclamação da República
Música: Leopoldo Miguez (1850/1902)
Letra: Medeiros e Albuquerque (1867/1934)
"Seja um pálio de luz desdobrado.
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança, de um novo porvir!
Com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, ovante, da Pátria no altar!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder
Mas da guerra nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!
Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso País triunfante,
Livre terra de livres irmãos!
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!"
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.