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PMs darão aulas sobre política e ética em escolas cívico-militares de SP

Tarcísio de Freitas sancionou lei das escolas cívico-militares no final do mês passado Imagem: 27.mai.2024-Caíque Alencar/UOL

Do UOL, em São Paulo

24/06/2024 10h37

Policiais militares da reserva vão dar aulas sobre política e ética nas escolas cívico-militares em São Paulo, segundo nova resolução do governo estadual.

O que aconteceu

Disciplina extracurricular prevê o ensino sobre os três poderes constituintes do Brasil. Resolução publicada na última quinta-feira (20) pelo governo estadual diz que alunos terão aulas sobre a estrutura e funcionamento do Executivo, Legislativo e Judiciário. Segundo o texto, os policiais aposentados ensinarão conteúdos como "a diferença entre as funções de vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores e presidentes".

Aulas fazem parte do "Projeto Valores", que também terá aulas de ética e "valores cidadãos". A resolução estadual cita princípios como civismo, dedicação, excelência, honestidade e respeito, além de conteúdos que envolvem os temas de direitos e deveres do cidadão e habilidades para o exercício consciente da cidadania. A carga horária semanal será de duas horas-aula por turma.

Escolas devem se manifestar para aderir ao programa até o dia 28 de junho de cada ano. Após esse pedido, consultas públicas serão realizadas com a comunidade escolar e os pais dos estudantes para decidir se a instituição de ensino passará para o modelo de gestão cívico-militar no ano seguinte. Poderão votar os alunos com mais de 16 anos e, no caso dos mais novos, os representantes dos estudantes.

Consultas públicas poderão ser renovadas por até três vezes no mesmo ano. O limite foi fixado pelo governo estadual caso não haja quórum mínimo suficiente para a votação. A resolução é assinada pelo secretário-executivo da Educação de São Paulo, Vinícius Neiva, e pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.

PT e PSOL acionaram STF

PT pede a suspensão cautelar da lei aprovada no mês passado. O partido diz que a medida é necessária para evitar "prejuízos sociais e econômicos". "Os danos financeiros serão graves, os danos sociais irreparáveis. As consequências políticas põem em risco a ordem democrática e o Estado de Direito", afirma a legenda, que também quer que a legislação seja considerada inconstitucional.

PSOL diz que o modelo é uma "clara desvalorização da categoria de educadores". Para o partido, a nova lei também invade a competência exclusiva da União para legislar sobre educação e desrespeita as funções estabelecidas da PM.

Governo Tarcísio defendeu a constitucionalidade da lei no Supremo. O governador de São Paulo afirmou que as escolas seguirão as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular e do Currículo Paulista.

Tarcísio decidiu aprovar o projeto em São Paulo após o presidente Lula (PT) descontinuar o programa nacional. O governo federal afirmou que o programa "induz o desvio de finalidade das atividades das Forças Armadas".

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