Início das aulas da USP Leste vai atrasar ao menos três semanas
Em São Paulo
11/02/2014 10h17
Sem lugar para as aulas, o início do ano letivo no campus Leste da USP (Universidade de São Paulo) deve atrasar pelo menos três semanas. Em reunião na tarde de ontem, 10, a diretoria e os coordenadores dos cursos da unidade decidiram que o retorno das classes precisa ser adiado até, no mínimo, o dia 10 de março. A USP começa suas atividades acadêmicas na próxima segunda-feira, 17.
Entenda o caso
- Set.2013 - Cetesb autua USP Leste por poluição do solo; professores entram em greve
- Set.2013 - Diretor da USP Leste é afastado
- Set.2013 - Cetesb diz que não há riscos para saúde; greve continua
- Out.2013 - Após 50 dias de greve, USP Leste volta às aulas nesta quarta-feira
- Out.2013 - Cetesb multa a USP em R$ 100 mil por contaminação
- Dez.2013 - Com pombos e água imprópria, USP Leste antecipa férias
- Jan.2014 - Justiça interdita atividades da USP Leste
- Jan.2014 - Aulas da USP Leste são retomadas no campus Butantã
- Jan.2014 - Juíza permite acesso de pesquisadores à USP Leste
- Fev.2014 - USP Leste diz que só volta ao seu campus se problemas estiverem sanados
O campus Leste está interditado há 34 dias, em respeito à determinação da Justiça em ação movida pelo MPE (Ministério Público Estadual), por causa da contaminação por gás metano no terreno. A procuradoria jurídica da USP trabalha para desinterditar o campus, mas ainda não há autorização.
Veja também
Na semana passada, a Congregação da USP Leste, órgão máximo da unidade, já havia decidido que só retomaria as atividades acadêmicas caso fossem resolvidos os problemas ambientais. Se for mantida a interdição, a reitoria estuda levar as aulas para Fatecs (faculdades de tecnologia) da zona leste.
A data de 10 de março não é definitiva e depende das próximas determinações judiciais. O entendimento é que dificilmente haveria tempo de preparar o campus para o ano letivo, mesmo que ele seja reaberto nesta semana.
A matrícula dos calouros da unidade será amanhã, 12, e depois de amanhã, 13, na Faculdade de Saúde Pública da USP.
Impasse
A última análise da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), de janeiro, apontou que o terreno contaminado não apresentava riscos à saúde. O MPE e a Justiça, porém, não concordaram em liberar o campus.
Já a análise da Servmar, empresa contratada pela USP para avaliar o terreno, detectou óleos minerais e outras substâncias tóxicas, além do metano, na terra de origem clandestina depositada no campus em 2011.
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".