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Para especialistas, coaching não pode atrapalhar brincadeira das crianças

Em São Paulo

22/06/2015 11h08Atualizada em 22/06/2015 18h28

Para os especialistas, mesmo que o coaching tenha abordagem que pareça leve e divertida para as crianças, é preciso cuidado para que ele não tire parte importante do tempo que deveria ser destinado a brincadeiras.

Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP, disse que é preciso refletir, a partir de cada caso, se as famílias não estão antecipando etapas do aprendizado e, com isso, reduzindo a infância. "Não existe certo e errado na educação, mas precisamos refletir que muitas famílias se preocupam em preparar a criança para a vida, com uma crença de que há uma disputa acirrada na sociedade e que é preciso prepará-los para a disputa."

Telma Pileggi Vinha, professora da Faculdade de Educação da Unicamp, disse que mesmo que as atividades desenvolvidas no coaching pareçam com brincadeiras, elas não dão a liberdade que a criança precisa. "A brincadeira é dirigida, e o adulto é visto como autoridade. Quando são só crianças, elas precisam se entender, resolver conflitos."

Terceirização

Telma afirmou que o excesso de atividades a que os pais submetem os filhos preocupa por ser uma "terceirização da educação". "Nenhum pai quer que o filho tenha algum tipo de problema ou dificuldade, mas ele precisa enfrentar, sem passar a responsabilidade para um profissional, uma escola, empresa." Para os especialistas, é preciso entender que algumas características fazem parte da personalidade da criança e precisam ser respeitadas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.