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Cartaz de alunos em SP mostra caveira com farda da Rota

PM considerou o cartaz ofensivo e enviou representantes à escola Imagem: Reprodução/Facebook

Em São Paulo

18/09/2015 11h53

Um trabalho escolar sobre violência policial ilustrado com uma caveira com a farda da Rota, força de elite da Polícia Militar do Estado de São Paulo, causa polêmica em Sorocaba, interior paulista. O trabalho foi exposto por alunos da Escola Estadual Aggêo Pereira do Amaral e acabou replicado nas redes sociais. A PM emitiu nota considerando-o ofensivo à corporação e enviou representantes à escola para pedir sua retirada da exposição.

Na quinta-feira (17), os alunos fizeram um protesto em frente à escola, pedindo respeito à liberdade de expressão. O trabalho foi realizado após um ciclo de palestras para alunos das disciplinas de história e filosofia do segundo ano do ensino médio. Segundo os autores, o objetivo foi "levar a uma reflexão do quanto a polícia viola os deveres morais, éticos e legais com ações que confrontam as leis". Os alunos informaram terem usado como fonte reportagens do Estadão sobre recentes ações policiais que resultaram em mortes de suspeitos.

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Na nota, a PM questiona a qualidade do professor Valdir Volpato, que orientou os alunos - há um erro de concordância no texto de apresentação do trabalho - e alega que ele agiu "de forma discriminatória, propagando e incutindo o discurso do ódio em desfavor de profissionais da segurança". Ainda segundo a PM, "estimular trabalhos apenas com pesquisas em internet, matérias jornalísticas e material de criação confeccionado por pessoas parciais, está longe de ser uma metodologia aceitável". O professor informou que não se manifestaria.

A diretora da escola, Regina Viana, defendeu o trabalho, baseado no livro "Vigiar e Punir", de Michel Foucault, e disse que a exposição será mantida até o final, previsto para a próxima semana. Ela informou que convidará a Polícia Militar para uma conversa com os alunos, mas ainda não definiu a data. Nas redes sociais, a maioria dos internautas defendeu a liberdade de expressão, mas houve também defensores do trabalho da PM. A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Sorocaba repudiou a interferência da Polícia Militar em matéria escolar.

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