Protesto de estudantes em SP expõe divergência entre movimento estudantil
A ocupação da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) expôs duas frentes distintas no movimento estudantil da rede estadual. De um lado estão os alunos secundaristas de escolas estaduais e técnicas que pedem não só a resolução da falta de merenda nas escolas, mas reivindicam ainda uma série de melhorias na infraestrutura das unidades, como mais equipamentos para os laboratórios e mais professores. Este grupo é formado principalmente por alunos das Etecs e é liderado pelo estudantes que ocuparam a sede do Centro Paula Souza no dia 28 e se autointitulam autonomistas.
Já o movimento que ocupou a Alesp traz lideranças estudantis institucionalizadas, integrantes de grupos como a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e seu braço paulista, a Upes. O principal foco é outro: a instalação da CPI da Merenda e punição dos responsáveis.
O grupo das Etecs diz apoiar a ocupação da Assembleia, mas não se sente "representado" pelas entidades. "A gente apoia qualquer tipo de luta estudantil, mas não queremos ligação com esse grupo que ocupou a Alesp, comandado por entidades. Eles não nos representam, pois têm uma forma de representação que nós não concordamos. Eles se reúnem a portas fechadas com os governos, têm atuação ligada a partidos", disse Inaê Lima, de 17 anos, aluna da Etec Carapicuíba.
Para a presidente da Ubes, Camila Lanes, as ações são diferentes, mas o intuito é o mesmo. "A gente se solidariza e parabeniza o protagonismo dos estudantes nessa luta para a construção do bandejão, uma luta antiga do movimento estudantil." Ela ressalta ainda que a Ubes também participou da ocupação do Centro Paula Souza. Camila também estava dando apoio às 76 escolas ocupadas no Rio e chegou a São Paulo na segunda-feira, 2.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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