Topo

Enem: SP é 5º no ranking por redes privadas

Em São Paulo

06/10/2016 11h08

Estado mais rico do Brasil e com mais escolas particulares no top 100 das notas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), São Paulo ocupa só a 5.ª posição em notas por rede privada entre os Estados - média de 564,1 pontos. A lista é liderada por Minas, com média 585,3 na prova objetiva do exame, seguido por Espírito Santo (571,1), Santa Catarina (567,1) e Rio Grande do Sul (565,7).

A maioria (5,5 mil) das unidades paulistas tem alunos vindos de famílias de nível socioeconômico considerado médio e alto e há um pequeno grupo de 36 escolas com estudantes de renda baixa. Estados do Nordeste, como Piauí e Ceará, que têm escolas no topo do ranking, aparecem ainda mais abaixo se consideradas as médias por Estado - o Piauí ocupa a 10.ª posição, com média de 552,7 pontos e o Ceará, a 15.ª, com 545,8. Desde 2011, a média das privadas piorou em 9 Estados - Rio, Santa Catarina, Bahia, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul, Alagoas, Paraná e Minas -, além de Brasília.

Mesmo com as quedas, em todos os Estados a nota das particulares é superior à das públicas. A média geral das públicas na prova objetiva foi de 486,5, ante 556,54 nas privadas.

Até na desigualdade entre essas redes há variação nos Estados: as maiores distâncias nas notas entre públicas e privadas estão em Tocantins (90,9 pontos), Minas (89,6 pontos) e Piauí (88,5 pontos). Em São Paulo, a diferença é de 63,7 pontos. O Estado ainda concentra o maior número de escolas que fazem parte do ranking das privadas. Das 6,2 mil participantes, 1,8 mil estão no Estado (ou 29% do total). Se considerada a média geral das escolas privadas, São Paulo teria 872 unidades abaixo desse patamar.

Gestão

Para o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Comercial, Benjamin Ribeiro da Silva, os resultados do Enem mostram que há melhor gestão na rede privada. "Há, sim, um fator socioeconômico, mas não é o que pesa mais. Há uma diferença de gestão, que é melhor nas privadas, com mais compromisso com os alunos e estímulos. Temos escolas particulares com os mesmos professores das públicas, mas com a nota melhor", diz.

Já o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, diz que é "desperdício" pagar uma escola particular de baixo custo. "Só há uma diferenciação social. Em termos educacionais, a diferença é pequena, quase nula. Os pais pagam porque acreditam que o filho vai ficar mais seguro. Mas o desempenho é parecido." As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".