Novo reitor da Unesp quer mudar cursos de graduação
Sandro Roberto Valentini foi escolhido nesta terça-feira, 29, o novo reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ele assume o cargo em 16 de janeiro, quando o atual reitor, Julio Cezar Durigan, deixa o posto. O vice-reitor será Sergio Nobre.
Ele assume o cargo em meio a uma crise na instituição, que neste ano adotou contingenciamento de R$ 32,6 milhões de programas de desenvolvimento institucional e reformas para novos cursos e tem mais de 100% dos recursos que recebe do Estado comprometidos com pagamento de servidores e docentes. "Somos a favor do financiamento público, mas como ocorre hoje não é estável."
Apesar da crise, Valentini disse que pretende reestruturar os cursos de graduação - que, segundo ele, não correspondem à expectativa dos estudantes - e reformular o sistema de avaliação docente da instituição e aplicá-lo em promoções. Ele também defende novo teto salarial para os professores das universidades estaduais - a proposta é de que sejam limitados para 90,25% do vencimento de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), como já é previsto nas universidades federais.
Além da reitoria da Unesp, ele também presidirá no próximo ano o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) - que inclui USP e Unicamp. Para Valentini, é preciso revisar o papel do órgão para chegar a alternativas de financiamento. "A pauta do Cruesp não pode ser apenas sazonal, só em época de dissídio. Precisamos pensar juntos em frentes para aumentar o nosso financiamento. Hoje, por exemplo, as universidades já fazem parcerias com a iniciativa privada. É uma fonte de recurso, mas que jamais darão conta da nossa folha de pagamento", disse.
Lista
Valentini e Nobre lideraram a lista tríplice encaminhada pela Unesp ao governador, com 57,6% dos votos válidos. Valentini é formado em Farmácia-Bioquímica e foi diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (Araraquara).
1. Qual é a sua posição sobre o pagamento de salários acima do teto nas universidades estaduais paulistas?
Valentini: Precisamos alterar o teto. São Paulo está entre os três ou quatro Estados que não seguem o mesmo teto que as universidades federais. Sou a favor, porque o professor não entra na universidade recebendo esse valor, mas trabalha e se esforça por mais de 20 anos para alcançá-lo. Precisamos mudar isso. Hoje, o jovem prefere ser aprovado em concursos federais do que nos estaduais. Se não mudarmos isso, logo estaremos como nossos colegas do ensino fundamental e médio.
2. A Unesp prevê ter 50% de seus calouros vindos de escola pública até 2018. Quais devem ser os incrementos na área de inclusão?
Valentini: A Unesp optou pela reserva de vagas e fui e sou defensor dessa escolha. Mas precisamos de apoio e dos recursos que nos foram prometidos. Não adianta incluir aluno sem garantir emancipação, sem que tenha condições para estudar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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