Manifestantes apedrejam prédio do MEC e polícia revida lançando bombas
Um grupo de cerca de 700 estudantes e servidores da Universidade de Brasília (UnB) protestou nesta terça-feira (10) em frente do Ministério da Educação (MEC), em Brasília. Por volta das 16h, o protesto se dispersou e o trânsito nas duas vias da Esplanada foi liberado.
O movimento começou pacífico logo de manhã, mas teve momentos de grande tensão, como apedrejamento do prédio do MEC pelos estudantes, no início da tarde, quando a Polícia Militar lançou bombas de gás lacrimogêneo para conter os ânimos. Durante o protesto, os estudantes chegaram a atear fogo em sacos de lixo, pedaços de madeira e no que mais encontravam pela frente.
Os estudantes e servidores reivindicam ajuda do MEC para resolver a crise financeira enfrentada pela universidade. Segundo relatório de gestão da UnB divulgado recentemente, no ano passado, houve corte de 45% do orçamento destinado pelo governo federal para manutenção e investimento da universidade, na comparação com 2016. Para este ano, o déficit previsto já supera R$ 92 milhões, o que deve obrigar a instituição a demitir terceirizados, desligar estagiários e reduzir gastos com segurança, limpeza e manutenção.
O Sindicato dos Trabalhadores da Fundação da UnB (Sintfub) afirma que já houve corte de 500 terceirizados, decorrente da falta de recurso da universidade. A entidade também alega que, nos últimos três anos, o orçamento da UnB tem sido reduzido em 20%, em média. Eles pedem, ao menos, a manutenção dos valores que eram praticados antes desses cortes.
Inicialmente, o MEC havia resistido em receber representantes do grupo, porém voltou atrás e concordou em dialogar com eles. Um encontro estava em andamento quando os alunos começaram a apedrejar o ministério e a PM lançou bombas. As informações são de que o Sintfub teria entregado uma carta ao MEC com suas demandas, mas não se chegou a um acordo.
O protesto também foi contra o governo Temer.
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