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Aprendizagem deve ser o foco para Ministério da Educação, dizem especialistas

22.nov.2018 - O presidente eleito Jair Bolsonaro posa ao lado do filósofo e professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, escolhido ministro da Educação - Divulgação
22.nov.2018 - O presidente eleito Jair Bolsonaro posa ao lado do filósofo e professor colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, escolhido ministro da Educação Imagem: Divulgação

Luiz Fernando Toledo

Em São Paulo

24/11/2018 09h58

Especialistas ouvidos pela reportagem dizem que o nome escolhido pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para chefiar o Ministério da Educação ainda é desconhecido, mas que isso não deve afetar o trabalho a ser desempenhado na pasta.

A prioridade de Ricardo Vélez Rodríguez deverá ser a de assegurar aos alunos um nível mínimo de aprendizagem - hoje, só 7% dos estudantes concluem o ensino médio com conhecimento considerado adequado em Matemática, por exemplo.

Para o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira, temas como o Escola sem Partido deverão ser secundários na agenda do ministro.

"Os grandes desafios são outros, os mesmos para qualquer ministro. Um problema de financiamento, gastos acima do limite, uma redução demográfica que exige políticas importantes. O problema da qualidade da educação também permanece", diz.

De acordo com Oliveira, para evitar que haja a defesa única de uma ou outra ideologia, é preciso melhorar a qualidade da formação do professor.

"É preciso melhorar o currículo, a didática, a formação do docente. Senão só se fica comendo pelas bordas. Se acontece esse problema (de pensamento único), é porque há má qualidade de formação. E eventualmente, é preciso melhorar também os métodos de avaliação."

O diretor da Fundação Lemann, Deniz Mizne, afirma que a indicação surpreendeu, já que o nome de Rodríguez não estava entre os que circularam nas últimas semanas.

"Não é um nome tradicional do círculo da educação. Mas não acho que o fato de ele não ser conhecido possa gerar um problema. O MEC é uma equipe grande. É um ministério de muitos desafios e complexidades."

Para Mizne, a gestão precisa priorizar o aluno que não consegue a aprendizagem adequada. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".