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Banca com três corretores fará avaliação final de redações do Enem com diferença de notas

Do UOL, em São Paulo

28/02/2012 12h29Atualizada em 28/02/2012 16h46

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) terá uma banca com três corretores para dar a nota final nas redações do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que tiverem discrepâncias nas notas dos dois avaliadores iniciais.

Até o último exame, apenas um especialista era chamado para avaliar redações que tivessem diferenças de mais de 300 pontos entre as notas dos dois corretores - a avaliação dada por esse último corretor era a nota final do candidato. Agora, a redação com discrepância de notas será analisada por três corretores, responsáveis pela avaliação final do estudante. Com isso, uma mesma redação pode passar pela correção de cinco pessoas.

A diferença de 300 pontos para chamar a banca também deve mudar. Segundo a assessoria de imprensa do Inep, a diminuição desse número está em discussão, mas nenhuma decisão foi tomada ainda.

Além das alterações na correção da redação, o órgão também está formando uma comissão com nomes indicados pela Abave (Associação Brasileira de Avaliação Educacional) para avaliar as questões acadêmicas do processo. O exame já é supervisionado por uma comissão técnica.

Correção da redação na Justiça

No Enem 2011, candidatos entraram com processos na Justiça pedindo a revisão das notas de redação do exame - o edital não previa a possibilidade de recurso e, tampouco, de vista das provas.

O primeiro caso de nota alterada aconteceu em São Paulo: um estudante teve a nota revista de 0 para 880 após entrar na Justiça com um pedido de vista da redação, mesmo sem mostrar a prova. As cópias mostram que houve dois erros: na primeira leitura, o corretor anulou a prova por fuga ao tema - situação em que deveria ter dado nota zero. Apesar de os outros dois corretores terem atribuído nota 880, devendo valer a última correção, o aluno acabou ficando com a primeira avaliação, que estava errada.

Em Minas Gerais, outro candidato teve a nota de uma das provas alterada - de 0 para 440 - após entrar em contato com o MEC. Segundo o ministério, o número de identidade dele estava errado em um dos cartões de resposta. Por isso, é como se ele não tivesse feito uma parte do exame. Como o erro foi registrado em ata, diz o ministério, foi possível encontrar o exame do candidato e corrigi-lo.

O MEC (Ministério da Educação) confirmou que 129 candidatos tiveram notas retificadas em função de "erro material". O Ministério Público Federal conseguiu uma liminar que permitia que todos os candidatos vissem as redações do Enem 2011 corrigidas, mas a liminar foi suspensa pela Justiça.