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Alunos driblam proibição e vendem cerveja em festa de calouros da USP

Rafael Targino

Do UOL, em São Paulo

29/02/2012 23h53

A organização da festa de calouros da USP (Universidade de São Paulo) conseguiu driblar a proibição de bebidas alcoólicas no campus e vendeu cerveja na Calourada, realizada na noite de quarta-feira (29).

Na terça-feira (28), pelo menos dois caminhões com cerveja para a festa foram barrados na entrada do campus Butantã. A reitoria afirmou que estava baseada numa norma da instituição.

"A única ficha que está sendo aceita no bar da Calourada é que tem escrito 'Fora PM'", avisou um dos organizadores da festa, de cima do carro de som utilizado como palco. A coordenação da festa pediu "compreensão" pelo "preço elevado" da cerveja -R$ 3,00, já que é o que "financia" o movimento estudantil.

Cerca de 1.000 pessoas estavam na Praça do Relógio, local onde acontece a festa e que fica a poucos metros da reitora da USP. A reportagem do UOL Educação não viu carros da Polícia Militar circulando no campus naquela hora, somente o efetivo da Guarda Universitária.

Mais cedo, a direção da USP disse que não havia solicitado aumento da presença da PM no campus. A polícia, por sua vez, afirmou que não havia planejado nenhuma operação especial para a Calourada.

Doações bancam festa

A Calourada foi organizada pelo comando de greve dos alunos da USP, e não pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes), como aconteceu em anos anteriores.

A festa foi financiada por meio de doações e não há dinheiro da reitoria envolvido. Além disso, a direção da universidade diz que a festa é de responsabilidade dos estudantes, por não ter sido avisada sobre o evento dentro de um prazo mínimo de 30 dias.

Na terça-feira (28), guardas universitários impediram a entrada de caminhões de cerveja para a festa. Segundo a reitoria, existe uma norma interna que proíbe bebidas alcoólicas no campus. Já nesta quarta, após a assinatura de um termo de responsabilidade por parte do comando de greve, veículos trazendo equipamentos de som e banheiros químicos foram liberados.

Os estudantes da USP estão em greve desde o dia 8 de novembro de 2011, após a prisão de 72 manifestantes que haviam invadido a reitoria da instituição. Os alunos ocupavam o local em protesto contra a presença da Polícia Militar no campus do Butantã e contra processos administrativos envolvendo funcionários da universidade.

Segundo o comando do movimento, os cursos parados são história, letras, geografia, ciências sociais, artes cênicas, artes visuais, audiovisual, relações públicas, publicidade e propaganda, jornalismo, educomunicação, biblioteconomia e arquitetura.