Veja balanço da greve dos professores universitários; 44 instituições estão paralisadas
Com a decretação de greve na Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), no Paraná, e na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), no Mato Grosso do Sul, nesta segunda-feira (28), subiu para 44 o número de universidades federais que aderiram à paralisação de professores. A pauta nacional, segundo o Andes-SN, é a luta pela reestruturação da carreira de docente e por melhores condições de trabalho.
Veja a situação em algumas universidades:
Unifal
Os docentes dos cursos de graduação das Universidades Federais de Alfenas, Lavras, Viçosa e Uberlândia mantêm a greve por tempo indeterminado.
Em Alfenas, conforme a Presidente do comando de greve, Francisca Ruela, apenas os últimos períodos dos cursos de Farmácia, Biotecnologia, Biomedicina e os estágios no Hospital da Enfermagem, estão em funcionamento. “Eles têm convênios externos e não podem parar”, disse.
Nos outros dois campi da Unifal (Universidade Federal de Alfenas), que ficam em Poços de Caldas e Varginha, as aulas da graduação também estão paradas. O calendário escolar foi paralisado, segundo Francisca Ruela, com o apoio dos alunos. “Nós temos uma média de 80% dos professores paralisados. O restante faz parte dos cursos citados. Até o posicionamento do Governo continuaremos parados”.
UFU
Em Uberlândia, de acordo com o membro de comissão de comunicação do comando de greve, Sidiney Ruocco Junior, não há número exato de professores que aderiram à greve, mas afirma de que as aulas nos campi da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) do Pontal do Triângulo Mineiro e de Patos de Minas, estão paradas. “O movimento é crescente. Temos atividades todos os dias e a adesão vem aumentando”, disse.
Está prevista para a tarde de hoje a instalação de um circo no campus do bairro Santa Mônica em Uberlândia, intitulado como “Circo da Greve”. A intenção é chamar a atenção dos alunos e professores. Na semana passada, os estudantes da UFU também deflagraram greve durante uma manifestação. Além da Universidade, a Escola de Educação Básica da UFU, que tem 936 alunos também está em greve.
UFV
Em Viçosa, de acordo com a secretária geral do Sindicato dos docentes, Junia Marise, nenhuma aula está sendo ministrada. Ainda de acordo com a secretária geral, alguns professores do programa de Pós-graduação também aderiram ao movimento. “Não sei especificar a quantidade correta, porque vamos nos reunir para fazer essa contagem”, disse.
UFTM
Na UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), em Uberaba, a greve começou dia 17 de maio e 250 dos 480 professores aderiram ao movimento, o que deixa quase metade dos 5 mil estudantes da universidade sem aulas. A reitoria não se posicionou sobre a greve.
Ufla
Na Ufla (Universidade Federal de Lavras), o presidente da Associação dos Docentes, Samuel Pereira de Carvalho, informou que a assembleia deflagrou a greve no dia 17 deste mês e desde então as atividades vem sendo adormecidas. Na semana passada, os alunos também apoiaram o movimento dos professores. “Não estamos tendo aulas em nenhum curso. Ainda não votamos na paralisação do calendário, mas como os alunos também pararam, terão o direito de terem as aulas repostas”, informa.
UFRB
A greve também paralisa as aulas na UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia). Segundo a Associação de Professores Universitários do Recôncavo, a paralisação foi deflagrada no dia 17 de maio, com início no dia 21 e tem reivindicações nacionais. Segundo a assessoria de comunicação da UFRB, as aulas estão suspensas e não há manifestação oficial sobre o protesto.
UFPE
Na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) as aulas também estão paralisadas. Neste domingo, os professores realizaram uma caminhada no bairro de Boa Viagem, principal da orla do Recife, para mostrar à população as reivindicações dos servidores. Nesta terça-feira, um abraço simbólico será feito ao prédio da Faculdade de Direito da UFPE. Segundo a Associação de Docentes da UFPE, o Conselho Universitário aprovou uma moção de apoio às reivindicações do movimento docente. A reitoria não se posicionou sobre a greve. As aulas estão suspensas.
Ufal
Na Ufal (Universidade Federal de Alagoas), as aulas estão suspensas nos campi de Maceió e do interior. Além das pautas nacionais, há pautas locais. As duas principais são: falta de segurança nos campi de Maceió e Arapiraca (que ficam ao lado de presídios e são alvos constante de invasões de presos em rota de fuga) e luta pela não terceirização dos serviços do Hospital Universitário. A assessoria de imprensa da Ufal informou que não acompanha diretamente a greve e que não poderia informar se ainda existem alunos em atividades nos campi.
UFRPE
A UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) também paralisou todas as aulas da graduação nos três campi. Uma comissão foi criada para discutir as pautas locais. Os professores dos três campi (Recife, Garanhuns e Serra Talhada) vão apresentar propostas que, juntas, serão colocadas em um documento, que será apresentado à reitoria. Mobilizações acontecem no campus Recife, com carros de som.
UFS
Na UFS (Universidade Federal de Sergipe), onde aulas também estão suspensas, a relação com entre manifestantes e reitoria não é da das melhores. Na sexta-feira, a Associação de Docentes publicou uma moção de repúdio aos pró-reitores de Graduação e de Assuntos Estudantis, “pela atitude autoritária de ameaçar suspender as bolsas destinadas a discentes”. Em resposta, a reitoria disse que “em nenhum momento os membros da administração da instituição se reuniram para deliberar sobre a questão da suspensão de bolsas de estudantes”. A nota da UFS ainda alegou que mantém o “respeito à comunidade acadêmica e ratifica seu compromisso na observância das regras e normas que regem esta Universidade, bem como os princípios democráticos de nossa sociedade.”
UFPR
Segundo a APUFPR (Associação de Professores da UFPR), a adesão à greve aumenta. O sindicato estima que 80% dos docentes estejam parados. Alguns cursos (caso de Terapia Ocupacional, Enfermagem, Psicologia, Economia e Ciências Sociais) pararam por completo. Ainda segundo o sindicato, o curso de Medicina está quase que totalmente parado, o que afeta atendimento no Hospital de Clínicas – hoje, pacientes já ficaram sem atendimento. Procurada pela reportagem, a reitoria disse não ter informações sobre a adesão ao movimento.
Nesta segunda-feira, os professores fazem manifestação na Boca Maldita, centro de Curitiba, para “explicar a greve à população”, segundo o sindicato. Na quarta-feira, haverá assembleia comunitária (de professores, estudantes e servidores) para discutir a mobilização. A reunião não tem caráter deliberativo – ou seja, não pode decidir pelo fim da greve.
UTFPR
O Sindtuf, sindicato que reúne os professores da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), estima que mais de 90% dos docentes aderiram à paralisação. Para o sindicato, a adesão cresceu ao longo dos últimos dias – na semana passada, 20% das aulas previstas para o turno da manhã foram dadas. Procurada, a reitoria disse não ter dados a respeito.
O comando de greve deveria realizar reunião nesta terça-feira (29) para avaliar os resultados da discussão entre o sindicato nacional (Andes) e o governo federal, prevista para hoje. Ante a informação de que o encontro em Brasília não foi realizado, porém, a reunião com os professores pode ser cancelada.
Unipampa
Os professores do campus de Alegrete, único da Unipampa (Universidade Federal do Pampa) que não aderiu à greve deflagrada no dia 17, decidiram paralisar as atividades no final da semana passada. O sindicato da categoria informa que os estudantes de seis dos sete cursos do campus Alegrete decidiram decretar greve enquanto durar a paralisação dos professores.
Na semana passada, os docentes dos outros nove campi da instituição já haviam entrado em greve. A reportagem não localizou líderes sindicais que pudessem falar sobre a adesão à greve. Procurada, a assessoria de comunicação da Unipampa não atendeu aos telefonemas.
Furg
A greve iniciada no último dia 17 atinge as 13 unidades da Furg (Universidade do Rio Grande), informa nesta segunda-feira (28) a reitoria. Ainda assim, a Escola de Engenharia e o Instituto de Oceanografia ainda funcionavam normalmente até a última sexta-feira.
Na sexta-feira, o conselho universitário se reuniu e decidiu apoiar a greve. O DCE (Diretório Central dos Estudantes) também decidiu por uma paralisação dos estudantes, em apoio ao movimento dos docentes. Para a reitoria, o movimento é legítimo.
UFSM
Os professores da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), no Rio Grande do Sul, aderiram à paralisação nacional da categoria nesta segunda-feira (28). O sindicato está instalando os comandos de greve nos campi de Santa Maria e nas unidades localizadas em Frederico Westphalen, Palmeira das Missões, e Silveira Martins.
Uma assembleia para “avaliar a adesão à greve e planejar os próximos passos do movimento” está marcada para a próxima quarta-feira (30), informa o sindicato. A UFSM tem 1.735 professores e 26.904 estudantes.
Procurada pelo UOL pela manhã desta segunda-feira (28), a reitoria não retornou aos pedidos de entrevista até o fechamento desta reportagem.
UFRGS
Não há greve nem previsão de assembleia para discutir paralisação na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), informa o sindicato.
UFPB
Na UFPB (Universidade Federal da Paraíba), o comando local de greve se reúne na próxima quarta-feira (30) para avaliar o movimento e discutir a elaboração de um novo calendário letivo para evitar prejuízos aos alunos. Os professores, em greve desde o último dia 17, também lutam pela redução no número de alunos em sala de aula e melhor estrutura da instituição. Esses pontos constam na pauta de reivindicação local.
De acordo com a Aduf-PB (Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba), cerca de 95% dos professores aderiram ao movimento. A reitoria fala em 98% de adesão. A UFPB conta com aproximadamente 2,5 mil professores e 40 mil alunos.
UFCG
Na UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), mais de 17 mil estudantes também estão sem aulas desde o último dia 17, quando os professores decidiram paralisar as atividades. Segundo o comando de greve, a instituição tem cerca de 1,5 mil professores e a adesão já chega a 98%. A reitoria diz que é em torno de 95%.
Na manhã desta segunda-feira (28), os docentes saíram em carreata pelas ruas de Campina Grande, distribuindo panfletos com a população. Uma nova reunião está sendo realizada hoje à tarde. Os grevistas querem avaliar o movimento e traçar um cronograma para os próximos dias.
Saiba quais instituições aderiram
Norte |
Ufac (Universidade Federal do Acre) |
UFRR (Universidade Federal de Roraima) |
Unir (Universidade Federal de Rondônia) |
UFPA (Universidade Federal do Pará), campi Central e Marabá |
Ufra (Universidade Federal Rural da Amazônia) |
Ufopa (Universidade Federal do Oeste do Pará) |
Ufam (Universidade Federal do Amazonas) |
Unifap (Universidade Federal do Amapá) |
Nordeste |
UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) |
Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco) |
UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) |
UFPI (Universidade Federal do Piauí) |
Ufersa (Universidade Federal Rural do Semi-Árido) |
UFPB (Universidade Federal da Paraíba) |
UFCG (Universidade Federal de Campina Grande), campi central, Patos e Cajazeiras |
UFMA (Universidade Federal do Maranhão) |
Ufal (Universidade Federal de Alagoas) |
UFS (Universidade Federal de Sergipe) |
IFPI (Instituto Federal do Piauí) |
UFRB (Universidade Federal do Recôncavo Baiano) |
Centro-Oeste |
UnB (Universidade de Brasília) |
UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) |
UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), campi Central e Rondonópolis |
UFG (Universidade Federal de Goiás), campi Catalão e Jataí |
Sudeste |
Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) - exceto campus de Guarulhos |
UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) |
Unifal (Universidade Federal de Alfenas) |
IF Sudeste de Minas (Instituto Federal do Sudeste de Minas) |
UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro) |
UFU (Universidade Federal de Uberlândia) |
UFV (Universidade Federal de Viçosa) |
Ufla (Universidade Federal de Lavras) |
Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto) |
UFSJ (Universidade Federal de São João del Rei) |
UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri) |
Cefet-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais) |
UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) |
Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro) |
UFF (Universidade Federal Fluminense) |
UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) |
Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) |
Sul |
Unipampa (Universidade Federal do Pampa) - campi Itaqui, São Borja, Dom Pedrito |
Unila (Universidade Federal da Integração Latino-Americana) |
UFPR (Universidade Federal do Paraná) |
UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) |
Furg (Universidade Federal do Rio Grande) |
UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) |
- Fonte: Andes-SN e sindicatos
UFPI
Na UFPI (Universidade Federal do Piauí), os docentes realizam assembleia logo mais às 16h para discutir o funcionamento de atividades essenciais. Apesar da reitoria não se pronunciar oficialmente sobre a greve, não está havendo aulas na instituição desde o último dia 17. A UFPI conta com 1,4 mil professores e a adesão chega perto dos 90%.
UFMA
Na UFMA (Universidade Federal do Maranhão) a situação é semelhante. Cerca de 1,4 mil docentes decidiram cruzar os braços no último dia 21 e deixaram mais de 21 mil alunos sem aulas por tempo indeterminado, seguindo o movimento nacional. O comando local de greve montou um calendário com atividades como assembleia e panfletagem até a próxima sexta-feira. Além da reivindicação nacional comum a todos os professores de universidades federais, os docentes da UFMA lutam por limite no número de alunos por turma e de horas-aula, além de reforma na estrutura física.
UFSJ
Na UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei), a greve começou dia 17 de maio sob orientação do sindicato nacional e segue sem reivindicações locais. De acordo com a professora Maria Rita, do comando de greve da seção sindical dos docentes, a adesão é para apoiar o movimento nacional, mas, durante a paralisação os professores de cada campi (Sete Lagoas, Divinópolis, São João del-Rei, Alto Paraopeba) estão se reunindo para levantar os problemas locais e apresentar para a reitoria.
Segundo ela, todos os cursos de graduação e mestrado da universidade estão sem aulas. A reitoria informou que apoia a greve porque não é um movimento contra administração da universidade, mas sim contra as condições oferecidas pelo governo federal.
UFVJM
Na UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri), os docentes estão em greve desde dia 17 de maio e deixam cerca de 6 mil estudantes sem aulas, conforme informou o sindicato dos professores. Não há previsão para assembleias ou negociações desses professores para retorno das atividades, pois eles estão seguindo a orientação do sindicato nacional. Para o dia 1º de junho, os professores estão preparando uma intervenção urbana às 14h, na praça do Mercado Velho, da cidade de Diamantina, para mostrar para a população os motivos da paralisação.
Unirio
Segundo o sindicato dos professores da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), 70% dos docentes da Unirio cruzaram os braços. “O movimento é crescente, hoje tivemos uma reunião com profissionais do Hospital Universitário Gafreé Guinle que nos comunicaram que também decidiram parar”, afirmou Elisabeth Orletti, presidente da associação.
UFRJ
O presidente da Adufrj (Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Mauro Iazi, informou que o campus mais afetado é o da Praia Vermelha, na Urca, zona sul do Rio. “Está praticamente todo parado. A exceção é a faculdade de Comunicação que aderiu parcialmente. No campus da Ilha do Fundão as faculdades de Arquitetura, Educação Física, Letras e Enfermagem aderiram integralmente. Direito aderiu parcialmente. No interior do estado, o campus de Macaé aderiu totalmente”, declarou.
Nesta terça-feira (29), estudantes que representam todos os centros acadêmicos da UFRJ se reúnem às 13h no bandejão central do campus da Ilha do Fundão. Na pauta, a entrada dos alunos na greve dos docentes.
Ufes
No Espírito Santo, o representante do comando local de greve, Helder Gomes, informou que a adesão de professores à greve na Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) chegou a 85%.
“Os campus do interior do estado estão com 100% de paralisação. O campus agrícola de Alegre no sul do estado e o de São Mateus no norte do Espírito Santo. Em Vitória, no campus de Goiabeira, Educação física parou totalmente, o Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas está com boa parte parado. Já no campus de Maruípe, onde está o Hospital Universitário, boa parte dos cursos está paralisada”, relatou.
Segundo a Ufes, 906 dos 1743 aderiram à greve deflagrada no último dia 17, representando aproximadamente 52% de adesão.
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