Manifestação de grevistas da Uerj termina em confusão; estudantes acusam PM de truculência
Estudantes, professores e técnicos administrativos em greve da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) acusam a Polícia Militar de ter usado de truculência em ação na tarde desta quinta-feira (23) durante manifestação no interior da universidade. Segundo o comando da greve, os policiais atiraram balas de borracha, spray de pimenta e bomba de gás lacrimogêneo para impedir a entrada dos alunos e funcionários no bandejão, onde realizariam uma assembleia para decidir os rumos da greve.
Manifestação da Uerj termina em confusão; veja o vídeo
Os cerca de 250 estudantes chegavam à Uerj por volta das 17h30, vindos de uma manifestação na Radial Oeste, via próxima à universidade, no bairro do Maracanã, zona norte do Rio. Docentes e funcionários administrativos também compareceram apoiando o ato organizado pelos alunos. Segundo o membro do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da universidades, Marcel Gavazza, 22 anos, os policiais já chegaram usando armas de efeito moral contra os grevistas.
“Nós chegávamos tranquilamente e iríamos começar uma assembleia para discutir a greve. A tropa do Batalhão de Choque chegou disparando balas de borracha, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo quando nós estávamos na frente do bandejão”, disse. O presidente da Associação de Docentes da Uerj, Guilherme Motta criticou a ação dos policiais. “Esta violência é absurda", afirmou.
Segundo os manifestantes, a Uerj está sem energia elétrica desde o início da tarde.
Outro lado
A Polícia Militar confirmou que uma bomba de efeito moral foi lançada para dispersar os manifestantes. Por meio de nota, a PM alegou que policiais militares do 4º BPM (São Cristóvão) foram chamados para conter manifestantes da Uerj que tentaram fechar a Avenida Radial Oeste com pneus. Ainda de acordo com a PM, o Batalhão de Choque foi chamado para auxiliar. Segundo a polícia, os grevistas deixaram a via, entraram na universidade e depredaram um caixa eletrônico. Os policiais teriam lançado a bomba para acabar com o tumulto.
"Isso não aconteceu.Os funcionários da agência inclusive ficaram perto da gente durante a ação da polícia. Não tem nenhum caixa eletônico quebrado", disse o membro do DCE da Uerj.
A universidade está em greve desde o dia 11 de junho. Os professores reivindicam um reajuste imediato de 22% para repor perdas salariais desde 2006 e a implementação do regime de Dedicação Exclusiva. Os alunos pedem o aumento do valor da bolsa de estudos, que segundo eles hoje é de R$300, e a criação de mais bandejões em todos os campi da universidade.
A Uerj foi procurada pela reportagem do UOL Educação, mas ninguém foi encontrado para se posicionar sobre o ocorrido.
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