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Monitora de creche municipal é acusada de agredir crianças no interior de São Paulo

José Bonato

Do UOL, em Ribeirão Preto (SP)

03/10/2012 13h08Atualizada em 03/10/2012 16h13

A Delegacia de Defesa da Mulher de Nova Independência (658 km de São Paulo) abriu inquérito para investigar agressão de uma monitora contra crianças que frequentam a creche municipal. Imagens gravadas por um celular de uma ex-estagiária em julho mostram a monitora dando um tapa numa criança e, supostamente, fazendo outra engolir um pedaço de papel.

A gravação foi entregue ao Ministério Público de Andradina (627 km de São Paulo), comarca à qual pertence Nova Independência, que requisitou abertura de inquérito para a apuração do caso.

A delegada Milena Davoli Nabas de Melo, 39, afirmou que espera o resultado de uma perícia técnica para saber se a agressão configura crime de maus-tratos ou tortura.

“Para caracterizar tortura, tem de haver intenso sofrimento físico ou psicológico da vítima. Outra dúvida é se o que a criança aparecendo engolindo é papel ou bolacha. As imagens não são nítidas”, afirmou. A perícia fica pronta em dez dias.

Sindicância

Rita Rodrigues Marin, 66, a monitora suspeita das agressões, foi afastada do cargo e responde a uma sindicância instaurada pela prefeitura. Ela só vai ser ouvida pela polícia após a conclusão da perícia, segundo a delegada. O advogado da prefeitura, Gustavo Bavaroto, não pôde comentar o caso porque estava no velório de um familiar.

Na tarde desta terça-feira (2), mães fizeram uma manifestação em frente à creche pedindo justiça em relação ao caso. De acordo com a conselheira tutelar Vera Lucia Spazapan de Alencar, 55, a preocupação agora é dar atendimento psicológico às crianças. Cerca de 120 crianças estudam na creche.

A ex-estagiária Ana Caroline de Lima Marin, 24, estudante de psicologia, afirma que chegou a pedir várias vezes o fim das agressões à monitora, que, embora possua o mesmo sobrenome, não é parente dela. “Como ela não parou, resolvi gravar. Era muito angustiante presenciar aquilo.” Ana Caroline trabalhou durante 15 dias na creche em julho.