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Governo quer contratar professores para aumentar prática de esportes nas escolas

Renata Torres

Da Agência Câmara, em Brasília

13/12/2012 20h05

Os ministérios da Educação e do Esporte anunciaram que vão atuar em conjunto para aumentar o tempo da prática esportiva dos alunos nas escolas. A informação foi dada por representantes do Executivo, nesta quarta-feira (12), durante o seminário “Ciclo Olímpico Brasileiro”, realizado pela Comissão de Turismo e Desporto da Câmara.

Os ministérios querem que, além das duas horas semanais de aulas de educação física normalmente oferecidas nos colégios, os alunos tenham a oportunidade de fazer esportes no turno inverso. Para isso, segundo informou o diretor do Departamento do Esporte de Base e de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, André Arantes, deverão ser contratados mais professores, que vão ser capacitados em áreas específicas, como judô, atletismo e natação. “No contraturno escolar, poderemos contemplar tanto os estudantes que desejam fazer uma atividade de lazer, como se estivessem em uma academia, quanto aqueles que pretendem treinar uma modalidade a sério”, disse.

De acordo com André Arantes, os dois ministérios também querem incentivar ainda mais a participação dos estudantes nas competições esportivas escolares da própria cidade, do estado, e em nível nacional e internacional. Outro ponto que está sendo discutido é o estímulo ao atletismo nas escolas. Apesar dos estudos que estão sendo feitos para implementar todas essas ações, o diretor afirmou que ainda não existe prazo para que as medidas saiam do papel.

O presidente do Sindicato de Academias e representante da Confederação Nacional de Serviços para o Setor de Academias e Similares, Gilberto José Bertevello, lembrou que, atualmente, as parcelas da população que mais têm procurado as academias são idosos e adolescentes obesos. "Teríamos menos trabalho para colocar esses adolescentes em forma física, se tivesssem mais estímulo nos colégios. Além da educação física, é importante que se abra espaço para as competições esportivas dentro do ambiente escolar", declarou.

Carga horária menor

Por sua vez, o presidente do Conselho Federal de Educação Física, Jorge Steinhilber, lamentou que alguns estados estejam diminuindo a carga horária da educação física nas escolas. Na opinião de Steinhilber, o governo federal tem desenvolvido "projetos desarticulados" na área de saúde e bem-estar, sem preocupação com resultados efetivos para a população.

Ele criticou especificamente o Programa Academia da Saúde, do Ministério da Saúde, e o Programa Mais Educação, do Ministério da Educação. Segundo o dirigente, alguns integrantes dos ministérios defendem que, nesses projetos, as atividades físicas sejam ministradas por agentes comunitários de saúde ou pessoas que tenham praticado esporte – não, necessariamente, profissionais habilitados em educação física. "Isso representa um descaso com a qualidade e com a sociedade menos favorecida", avaliou.