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Crianças têm aula em posto de saúde abandonado no Piauí

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

30/04/2013 17h45

Dez crianças da comunidade Lagoa dos Macacos, localizada na zona rural do município de Esperantina (179 km de Teresina), têm aulas em um prédio abandonado, que antes era usado como posto de saúde do povoado. Sem qualquer estrutura, o prédio está com o forro e as paredes caindo.

O povoado fica a cerca de 10 km do município e a única escola que atende a comunidade é a Escola Municipal Francisco Simplício do Vale. De acordo com relatos de moradores, a precariedade também ocorre em outras escolas do município.

“As aulas estão ocorrendo lá no antigo posto há umas duas semanas”, disse um funcionário da escola, que pediu para não se identificar temendo represálias. 

Segundo o funcionário da escola Francisco Simplício do Vale, os alunos foram transferidos para o prédio do antigo posto porque o teto da sala que eles estudavam estava com problemas e teria risco de desabamento.

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Em contato com a direção da escola, o UOL foi informado de que apenas a prefeitura poderia se posicionar sobre o assunto. Segundo a prefeitura, a escola Francisco Simplício do Vale passou por uma pequena reforma.

A prefeitura de Esperantina também informou que o posto não estava mais sendo usado como sala de aula e os alunos já estariam de volta  à escola partir desta segunda-feira (29). Porém, uma equipe de televisão de Teresina foi até a comunidade, nesta segunda-feira, e constatou que o problema ainda persiste. A reportagem ainda encontrou problemas em outras unidades escolares.

As imagens mostram que o teto, de gesso e madeira, do prédio do posto de saúde corre risco de cair. “O mau cheiro também é insuportável. O local não tem higiene e nem é adequado para receber aquelas crianças”, disse um morador, enquanto acompanhava a visita da equipe de televisão.

Segundo a reportagem, a Escola Municipal Maria Erinete Brito, no bairro Canto da Velha, também está com estrutura precária. As salas de aula estão sem energia elétrica. O prédio não possui portas, nem janelas e alunos que estão assistindo aula na cantina.

Moradores reclamam que o descaso com a comunidade Lagoa dos Macacos também ocorre na saúde. O posto estaria sem funcionar desde janeiro e os moradores precisam ir à cidade para receber atendimento médico.

A prefeitura tentou justificar os problemas colocando a responsabilidade para a gestão passada e informou que recebeu várias escolas com problemas de estrutura precária. De acordo com o órgão, o posto de saúde não está abandonado, mas está com a  reforma parada.