Topo

Estudar com provas antigas é principal dica para realizar Enem

Lucas Rodrigues*

Do UOL, em São Paulo

17/06/2013 06h00Atualizada em 17/06/2013 09h54

Após o fim das inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2013, é hora dos candidatos continuarem estudando para o exame que seleciona alunos para o ingresso em instituições públicas de ensino superior. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, a principal dica é rever provas antigas para revisar o conteúdo. 

Alberto Francisco do Nascimento, coordenador do curso pré-vestibular Anglo, acha que a prática deve ser feita com provas a partir do ano de 2009, quando o perfil do exame mudou. 

“Analisar questões dos anos anteriores a 2009 é bobagem, quando muito pode-se olhar a redação. O perfil é distinto. Lógico que ainda existe raciocínio e interpretação de gráficos e mapas, mas agora há mais conhecimento da matéria”, explica. "Quem dominar apenas a lógica fará algumas questões, é claro, mas não todas". 

Novas mídias

  • Reprodução

    Para o coordenador do Anglo, Alberto Nascimento, aplicativos gratuitos sobre o Enem são bons para colocar em prática o que o aluno já sabe; confira dez 

Com base na experiência adquirida na resolução de provas anteriores, o aluno estará apto a fazer um plano de estudos baseado na sua realidade, considera Mateus Prado, especialista em Enem do cursinho Henfil.

“É como um circuito de fórmula um. Se você conhece o caminho, é melhor. Dá para analisar o que você está acertando muito ou nada e a partir daí traçar estratégias”, analisa. “Se você estudar o que sabe demais, vai perder tempo. Se estudar o que sabe nada, terá um déficit de aprendizagem. Então, o recomendável é se aprofundar no que você tem a base para progredir no seu tempo de estudo”.

Além disso, é importante lembrar que o Enem também é uma prova de resistência. Atualmente com dois dias de duração, os alunos precisam estar bem preparados fisicamente. “O grande problema é o tamanho da prova. Agora são 90 questões em cada dia e mais a redação. Por isso, o candidato precisa tomar cuidado com o cansaço, estudar com antecedência e manter o ritmo de estudo”, diz Nascimento.

Para a coordenadora do Curso e Colégio Objetivo, Vera Lúcia da Costa Antunes, não há fórmulas mágicas para o estudante que vai prestar o Enem. “O que o estudante tem na escola já é uma preparação para o exame. Portanto, tem que estudar direito, e não passar para uma parte do aprendizado sem ter assimilado a anterior. Tire dúvidas, erre, refaça os exercícios, pergunte. Assim se garante a fixação do conhecimento.”

Ela também é da opinião que tantos os exercícios impressos como os online beneficiam o aluno. “Você tem de saber como ler um texto, ver o que ele pede, analisar um gráfico e uma tabela, entender o enunciado. Os simulados são bons para treinar o aprendizado.” 

Conteúdos

No ano passado, a categoria matemática e suas tecnologias contou com uma questão de matriz (178 do caderno amarelo). Segundo o especialista, esse tipo de conteúdo não costuma cair no exame. “Matriz é amplamente cobrada na Fuvest, mas foi abordada no Enem em 2012”, conta. “Mas caiu uma vez e, se cair de novo, vai ser uma questão. Não vale a pena gastar tempo se aprofundando no tema”. 

Prado citou alguns dos temas que ele acredita ser os mais são abordados pelas provas do Enem. Confira:

A importância do exame aumentou quando em 2004 foi criado o Prouni (Programa Universidade para Todos), que concede bolsas de estudo em instituições privadas de educação superior, e o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) em 2009, que escolhe alunos para instituições públicas de ensino superior por meio da nota do exame.

Recentemente, instituições como a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a UFPA (Universidade Federal do Pará), UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro) e UFPB (Universidade Federal da Paraíba) decidiram aderir plenamente ao sistema.

Por isso, Nascimento, do Anglo, acredita que os conteúdos estão cada vez mais sendo cobrados pelas provas do Enem.  

“As provas têm gradativamente aumentado um pouco de dificuldade, mas não é tão grande como o vestibular da Fuvest, por exemplo”, analisa. “Elas costumam abordar problemas de ordem do cotidiano, da experiência prática, mas também caem questões que não são desse perfil”.

*(Colaborou Cláudia Emi Izumi)