Topo

Após aluno atirar em colegas, PM vai reforçar segurança da USP São Carlos

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

29/08/2013 10h41

Após um aluno da USP São Carlos  invadir a moradia estudantil e atirar contra colegas, a PM (Polícia Militar) vai intensificar a segurança do campus São Carlos. As aulas de graduação foram suspensas na manhã de hoje (29) pela administração do campus. Não há previsão sobre quando as aulas serão retomadas.

“Por determinação da presidência do Conselho Gestor do Campus USP de São Carlos, informamos que estão suspensas as aulas de graduação”, diz a nota oficial fornecida pelo Conselho Gestor. Esclarecendo ainda que a medida vale “em todas as unidades de ensino” do campus. 

De acordo com informações da Polícia Militar, o rapaz armado invadiu o alojamento durante uma feira de profissões que ocorria na USP. Ele levou quatro estudantes na cozinha do alojamento, bateu com a coronha do revólver em um deles e fez vários disparos.

O aluno ferido com a coronhada chegou a ser levado à Santa Casa, mas já foi medicado e liberado. Os tiros não atingiram ninguém. O aluno está foragido. A PM afirma que manterá reforço policial no alojamento estudantil. 

Suposto abuso sexual

Segundo a versão da polícia, o suspeito de ter invadido o alojamento é um ex-aluno da USP de 23 anos que afirmou ter sido vítima de abuso sexual, durante o trote, em 4 março, por oito veteranos do curso de ciências exatas. Ele trancou a matrícula após o acontecimento e afirmou a ex-colegas que iria se vingar dos abusadores.

Em depoimento à polícia, o estudante afirmou que foi cercado por veteranos e que eles começaram a fazer imitações de homossexuais, chamando-o de “bixo homofóbico”. Depois, ele teria sido obrigado a ficar de cuecas. Os estudantes também teriam apontado seus órgãos genitais e dito ao estudante frases como “chupa bicho homofóbico”.

O caso foi registrado na polícia como estupro mas, com o depoimento da suposta vítima, foi reclassificado para injúria. A primeira audiência já foi realizada, mas não houve acordo e o caso segue na Justiça. Os envolvidos afirmam que tudo não passou brincadeira do trote e negam qualquer intenção de crime sexual contra o estudante. A USP chegou a abrir sindicância sobre o caso, mas não divulgou o resultado.

Segundo o Centro Acadêmico que congrega alunos da instituição, não é a primeiro vez que o ex-aluno ameaça estudantes. “Desmentidas as acusações, ele iniciou uma série de ameaças contra alguns estudantes”, diz nota divulgada hoje. Antes dos disparos de ontem, ontem o estudante teria ameaçado um aluno com uma faca.

A estudante Mariana Mariano é uma das que criticou a ação da PM. Ela ressaltou que, na opinião dela, houve negligência da polícia. "Nesse tipo de situação, na qual a polícia deveria agir, ela é negligente, mas como cão de guarda do Estado, ela funciona muito bem", disse a aluna.