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Candidatos elogiam tema da redação e reclamam de matemática no 2° dia de Enem

Do UOL, em São Paulo

27/10/2013 18h04Atualizada em 27/10/2013 21h32

Após o segundo dia de provas do Enem 2013 (Exame Nacional do Ensino Médio), os candidatos que saíam dos locais de prova em todo o Brasil elogiaram a escolha do tema de redação --Lei Seca no Brasil--, considerado fácil e atual, e reclamaram da dificuldade das questões de matemática. 

“Quem é jovem e vai às baladas está acostumado às blitze da Lei Seca”, afirmou a candidata de Salvador Ana Gabriela Nery de Farias, 19, que pretende cursar medicina.

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No Rio de Janeiro, o porteiro Antônio Renato da Silva, 29, também usou experiências próprias para escrever sobre o tema proposta pela redação, os efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil. "Não dirijo, mas já fui parado algumas vezes em blitzes da Lei Seca quando estava com meus amigos. Acho a lei muito boa, a sociedade estava precisando. Nunca deixo meus amigos beberem e dirigirem", afirmou o candidato, às 15h15, ao deixar o local de prova. "O tema foi ótimo porque tratou de um assunto do dia-a-dia. A redação foi a primeira coisa que eu fiz na prova de hoje", disse Antônio.

Bem explicado pelo noticiário, Guilherme Esteves, 20, disse não ter tido problema para escrever sobre o assunto. “Tem reportagens direto sobre o assunto nos noticiários”, disse o estudante na saída do local de prova em Belo Horizonte. 

“Eu achei Lei Seca um tema melhor que o do ano passado”, comparou o estudante de Curitiba Almir Kamakoski Júnior, 18. Em 2012, o tema foi imigração internacional. 

A treineira Graziele Luiza Nascimento, 17, também considerou “tranquila”  a proposta para a redação deste ano. “Achei o tema bem fácil da redação. Mas a prova de matemática foi bem difícil”, disse ela em Belo Horizonte, que pretende ingressar no curso de ciências sociais.

Gabriela Caroline, 18, confidenciou temor se o tema escolhido fosse sobre as manifestações que ocorrem desde junho deste ano em várias regiões do país. “Fiquei preocupada que caíssem temas como as manifestações. Mas o tema escolhido foi fácil de ser desenvolvido”, disse. Ela disse pretender uma vaga em no curso de dança na UFMG.

Matemática

Em Salvador, os estudantes que deixaram o Colégio Estadual Luiz Viana Filho e a Escola Politécnica da UFBA (Universidade Federal da Bahia) na tarde deste domingo (27) queixaram-se sobre os longos enunciados do exame de matemática. “As questões foram muitos longas, cansativas. Para quem está sob pressão, é pior ainda”, disse o estudante Rodrigo Tavares Vieira, 19, que pretende cursar engenharia civil.

As questões de exatas surpreenderam até quem está acostumado com os números. "Alguma coisa tive que chutar", admitiu o estudante de engenharia civil Anderson Toldo, 32. Aspirante a uma vaga na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o candidato diz crer que a prova de hoje foi a mais difícil que já fez, a comparando com de vestibulares e de outros Enem. "A de matemática estava muito complicada, mas a redação, muito fácil."

"As questões tinham muito gráficos, estatísticas", reclamou Gabriela Togni, 18. A candidata, que sonha em fazer publicidade em uma universidade federal, desabafou: "Os enunciados tinham muito texto. Cheguei a ficar tonta no meio da prova."

De acordo com Murilo de Sousa Alquimim Gabiolli, 24, que tenta concluir o segundo grau, foram exigidos dos estudantes noções dos teoremas de Pitágoras, Bhaskara e Tales para a solução dos problemas. Ele diz ter ido bem em exatas, mas ter chutado muito em língua portuguesa. “Eu odeio português”, afirmou na saída da prova em Ribeirão Preto (SP).

Steve Jobs e cyberbullying

Aplicada neste domingo (27), a prova de linguagens, códigos e suas tecnologias apresentou questões sobre internet, cyberbullying  e hipertextualidade. O exame também questionou sobre a influência das redes sociais nas manifestações do Egito. Na prova de inglês, havia um texto sobre Steve Jobs, o criador da Apple, que perguntava sobre a sua contribuição dele para o mundo digital.

Para discutir o uso da linguagem coloquial, uma das questões trouxe um trecho da música “Até Quando”, do Gabriel O Pensador.

A carta de Pero Vaz de Caminha foi apresentada mais uma vez no Enem deste ano – ontem, havia uma pergunta na prova ciências humanas. Na prova de linguagens, o texto veio acompanhado de uma imagem do quadro de Cândido Portinari sobre o Descobrimento do Brasil. A pergunta era sobre a visão de índios e portugueses sobre o descobrimento.

(Colaboraram José Lázaro, de Curitiba, Luiz Francisco, de Salvador, Rayder Bragon, de Belo Horizonte)