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Só espero não apanhar de novo, diz aluna que foi espancada em escola

Estudante de 15 anos foi espancada dentro da sala de aula em Limeira (SP) - Arquivo pessoal
Estudante de 15 anos foi espancada dentro da sala de aula em Limeira (SP) Imagem: Arquivo pessoal

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

10/04/2014 12h24Atualizada em 10/04/2014 16h07

A estudante de 15 anos que foi agredida dentro da sala de aula por ser bonita, segundo o pai da adolescente, pretende voltar às aulas na mesma escola estadual em Limeira. "Não vou dizer que estou tranquila, mas sei que é importante estudar e vou voltar. Só espero que não apanhe de novo”, disse à reportagem do UOL.

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Ela foi internada na Santa Casa da cidade, na noite de ontem, após passar mal durante um depoimento que prestava à polícia. Segundo avaliação médica, ela teve traumatismo craniano. A garota ficou em observação e foi liberada na manhã desta quinta (10).

Segundo o pai da adolescente, José Carlos Roque Júnior, a menor sentiu dores de cabeça e foi encaminhada, a pedido da delegada que apura o caso, ao hospital. “Os médicos acharam que uma veia na cabeça dela poderia ter se rompido. Mas, felizmente, ela já foi liberada”, disse o pai. A Santa Casa confirmou a informação.

A adolescente foi espancada ontem na saída para o intervalo das aulas por pelo menos duas meninas. As menores foram identificadas através de vídeos gravados pelos próprios alunos. Segundo a delegada  Andrea Arnosti, responsável pela apuração do caso, elas responderão por lesão corporal dolosa e foram colocadas à disposição da Vara da Infância e Juventude da cidade. Uma delas, segundo a polícia, já tem passagem policial pelo mesmo delito.

Bullying

Segundo o pai da estudante, ela era vítima constante de bullying na escola. Ele diz que, há uma semana, foi chamado pela direção e informado que as colegas de classe haviam ameaçado cortar o cabelo de sua filha. “Ela chama muito a atenção. Essa situação não é uma novidade, mas isso passou de qualquer limite. Por mais que existissem problemas, a escola não pode permitir que uma estudante seja espancada da forma como ocorreu”, disse.

Ele ainda acusou a unidade de omissão e disse que vai processar o Estado por conta do ocorrido. “Eles não fizeram nada. Eu tive que chamar a polícia, de longe, porque, por eles, ela ficaria lá, daquele jeito”, disse.

A reportagem também conseguiu falar com um companheiro de sala da vítima. Segundo ele, as agressoras há muito tempo vinham ameaçando a adolescente. “Ela (a vítima) não é a pessoa mais amada da sala, muitos acham ela meio metidinha. As meninas que bateram viviam ameaçando, mas ninguém achou que ia acontecer algo como o que aconteceu”, disse.

Outro lado

A Secretaria Estadual da Educação de São Paulo foi consultada sobre o caso e informou que vai apurar se houve negligência da escola e se a jovem já havia sofrido bullying. Ainda segundo a nota, os pais de todas as envolvidas já foram convocados para uma reunião na escola.

"A Diretoria Regional de Ensino de Limeira repudia qualquer ato de violência e atua em conjunto com as famílias para evitar casos como o que envolveu as alunas da Escola Estadual Castelo Branco", disse.