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Alunos acusam professor da UFMG de fazer comentários homofóbicos em sala

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

09/04/2015 11h21Atualizada em 09/04/2015 14h16

Estudantes do curso de direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) acusam um professor de ter feito comentários homofóbicos dentro de sala de aula. Eles pedem que o docente seja afastado pela universidade.

O caso foi encaminhado na segunda-feira passada (6) à reitoria da Universidade, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Em sua página no Facebook, o Centro Acadêmico Afonso Pena informou que alunos relataram ter presenciado a fala supostamente homofóbica do educador e formularam um requerimento de instauração de processo administrativo disciplinar, que foi encaminhado à reitoria da UFMG.

Conforme o texto, no dia 23 do mês passado, o professor José Marcos Rodrigues Vieira teria dito durante aula “graças a Deus existe um pouco de heterossexualidade no direito”. A sessão versava sobre uniões homoafetivas. Segundo o documento, ele também é desembargador do TJ-MG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais).

De acordo com o requerimento, o professor teria passado em seguida a criticar as manifestações públicas de afeto entre casais gays ou lésbicas. O texto pede o afastamento cautelar do professor e de três diretores da Faculdade de Direito que, segundo os representantes do Centro Acadêmico, teriam sido omissos no caso.

Para tanto, ainda segundo o texto, o professor exemplificou recordando a cena das atrizes Fernanda Montenegro e Nathália Timberg, na novela Babilônia, da TV Globo, na qual elas se beijam na boca. A dupla interpreta um casal de lésbicas no folhetim.

Após os comentários, alguns alunos teriam saído da sala de aula “expressando seu descontentamento com a postura preconceituosa do professor”.

Em seguida, o docente foi acusado de ter atacado a atitude dos alunos descontentes que saíram do recinto.

Procurada, a assessoria da Faculdade de Direito da UFMG informou que o caso está com a reitoria e não iria se manifestar, no momento, sobre o assunto. O setor revelou ainda que José Vieira não iria se pronunciar antes da apreciação do caso pela reitoria.