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Governo de SP procura arcebispo para discutir reorganização escolar

O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer - Gabriel Bouys/AFP
O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer Imagem: Gabriel Bouys/AFP

Do UOL, em São Paulo

30/11/2015 19h40Atualizada em 30/11/2015 19h44

A Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB) procurou o cardeal arcebispo de São Paulo, D. Odilo Scherer, para discutir a reorganização escolar. A informação, confirmada pela Arquidiocese, veio à tona após o vazamento de um áudio de reunião da pasta com dirigentes no último domingo (29).

Segundo o chefe de gabinete da secretaria de Educação, Fernando Padula Novaes, o arcebispo teria afirmado que "as ocupações nas escolas têm o objetivo de desviar o foco de Brasília". Em nota, a Arquidiocese de São Paulo disse que Scherer "não responde por eventuais afirmações de terceiros, nem se pronunciará sobre elas".

Segundo a assessoria do arcebispo, ele teria observado na reunião que o governo precisava explicar "mais e melhor" a proposta de reestruturação do ensino no Estado aos diretamente interessados no projeto, bem como à opinião pública.

"Em nenhum momento, porém, [o arcebispo] sugeriu o uso da força ou de métodos violentos para reprimir movimentos estudantis ou mobilizações sociais que lutam pela melhoria da educação no Estado", continua a nota. "Além disso, espera que a solução para a atual crise possa ser encontrada por meio do diálogo propositivo."

Na reunião do último domingo, o chefe de gabinete afirma que o objetivo da pasta é enfraquecer o movimento dos estudantes, o qual ele classifica como "político". Para isso, o governo pretende explicar suas posições e tentar classificar os manifestantes como intransigentes (caso não queiram apresentar reivindicações). 

Padula afirmou, ainda, que a situação "é uma guerra". O encontro foi gravado pela rede Jornalistas Livres.

Cerca de 190 escolas estaduais estão ocupadas por estudantes contra o projeto de reorganização escolar, que pretende dividir alunos por ciclos (anos iniciais e finais do ensino fundamental e ensino médio). Nesta terça-feira (1º), o governo deve publicar um decreto que oficializa a proposta.