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No interior de SP, duas alunas ficam feridas em brinquedo para deficientes

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto (SP)

04/02/2016 15h50

Acidentes ocorridos em brinquedos adaptados para receber cadeirantes em duas escolas municipais deixaram duas crianças feridas, sendo uma delas em estado grave, em São José de Rio Preto (SP). Depois dos casos, a prefeitura da cidade determinou a retirada de todos os equipamentos do tipo e vai investigar a segurança dos brinquedos.

O acidente mais grave ocorreu na tarde de ontem na escola Professor Sílvio de Mello. Uma menina de 7 anos teve traumatismo craniano após cair quando estava no gira-gira e bater a cabeça no chão.

Segundo relatos da família da vítima prestados à Polícia Civil, a menina estava brincando e os cabelos ficaram presos na haste do equipamento. Ela foi levada ao Hospital de Base às pressas e passou por cirurgia. O quadro se saúde é considerado estável.

Na outra ocorrência, registrada um dia antes, uma outra menina ficou com os cabelos presos no brinquedo e teve danos severos no couro cabeludo, que foi parcialmente arrancado. O acidente ocorreu na escola Amaury de Assis Ferreira e a menor, que passou por cirurgia para reparar o couro cabeludo, se recupera em casa.

A reportagem conseguiu contato com a mãe dessa menor, que pediu anonimato. Ela registrou um boletim de ocorrência no qual pede que o incidente seja investigado. "Uma funcionária da escola me ligou e avisou que minha filha estava no hospital. Isso não pode acontecer. Pelo que fiquei sabendo, as crianças estavam sem supervisão. Quero saber se isso é verdade", disse.

Retirada

Em nota, a Secretaria de Educação disse que a instalação dos brinquedos foi feita em cumprimento de uma lei municipal, que estabelece a obrigatoriedade de brinquedos adaptados nas unidades do município.

A Secretaria afirmou ainda que determinou a interdição de todos os 38 brinquedos do mesmo tipo instalados no fim do ano passado na rede municipal e que irá abrir investigação para verificar se os equipamentos atendem às normas de segurança. O nome do fabricante e o custo da compra dos equipamentos não foram divulgados.

De acordo com o jurista Thiago Coletto, mesmo tomando a decisão de retirar os brinquedos, a prefeitura pode ser responsabilizada, civil e criminalmente, pelos acidentes.
"Se ficar provado que o brinquedo não é seguro, a culpa ocorre porque a prefeitura foi a responsável pela compra e instalação sem analisar corretamente o quesito de segurança. E, se ficar provada a falta de supervisão enquanto as crianças utilizavam o espaço, isso reforçaria ainda mais a culpa da prefeitura", disse.