Topo

Sala da UFSC voltada a atividades étnicas é pichada com mensagens nazistas

Aline Torres

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

06/10/2016 16h41

Estudantes da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) denunciaram a pichação de símbolos da suástica nazista na sala Quilombo, onde estudam alunos negros envolvidos em atividades étnico-culturais. O local é voltado para atividades como hip hop, capoeira e músicas nagô.

Nessa segunda (3), a sala foi novamente pichada, dessa vez, com frases como “Foge Bicha Preta. Vaza. Nós te pegaremos. Nazis”, o que motivou denúncia da ouvidoria da UFSC à administração. Segundo o chefe de gabinete da reitoria, Aureo Moraes, haverá uma investigação --mas o setor de segurança, dirigido por Leandro Oliveira, já antecipou que não há câmeras de videomonitoramento no prédio, o que deve dificultar a busca pelos envolvidos.

Em nota, os alunos da sala Quilombo classificaram as mensagens pichadas como fruto de "racismo" e de uma "resistência fascista". "Somos diversos alunas e alunos negros que frequentam a sala e enfrentam todos os percalços de ingressar e tentar permanecer em uma universidade pública em nosso país. Não queremos e nem podemos nos acomodar frente a tal situação, então exigimos respostas da universidade”, escreveram.

Mensagens de conteúdo homofóbico também foram deixadas na sala Quilombo, da UFSC - Reprodução / Facebook - Reprodução / Facebook
Mensagens de conteúdo homofóbico também foram deixadas na sala Quilombo, da UFSC
Imagem: Reprodução / Facebook

Os alunos não quiserem se identificar por medo de represálias. Não é o primeiro caso de racismo na instituição. Ano passado, o MPF (Ministério Público Federal) ajuizou uma ação civil contra um aluno de engenharia mecânica da universidade. Na ocasião, ele postou no Facebook a imagem de um homem negro ajoelhado entregando um cacho de bananas a uma mulher, também negra, como se fosse um buquê de flores.

À época, a procuradoria pediu indenização de R$ 50 mil ao estudante e apontou também a UFSC como ré, pois a publicação foi feita em uma página com o nome da instituição.

Essa página, que não é a oficial da universidade, voltou a gerar protestos em janeiro deste ano, desta vez, com xingamentos dirigidos aos indígenas.