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Cinema brasileiro (1) - As origens

Heidi Strecker, Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação

Este é o primeiro de quatro artigos em que vamos aprender um pouco sobre a história do Cinema Brasileiro. Para isso, abordaremos a trajetória dos maiores filmes brasileiros, desde suas origens, passando pela chanchada, pelo cinema novo, até à retomada da produção de sucessos como "Cidade de Deus".



História do cinema brasileiro

A história do cinema brasileiro se confunde com a do cinema mundial. Em 1897, o empresário Vittorio di Maio realizou uma sessão de cinema com o cinematógrafo (o aparelho de projetar filmes) no Teatro Cassino-Fluminense, em Petrópolis.

Eram curta-metragens europeus e brasileiros: crianças dançando em uma escola do Andaraí e bondes no ponto terminal do Botafogo, bairros cariocas, e a chegada de um trem numa estação de Petrópolis (RJ). Tudo do jeitinho que os irmãos Lumière apresentaram, em 1895, em Paris, naquela que foi considerada a primeira sessão de cinema da história.

Em 1908 surgiram as primeiras realizações nacionais, como "Os Estranguladores" (filme baseado num crime que ficou famoso na época) e a comédia "Nhô Anastácio Chegou de Viagem".

Escritores conhecidos começaram a escrever para cinema. Em 1909, a opereta "A Viúva Alegre" chegou a bater recordes de bilheteria. Com a chegada de diretores e técnicos italianos para trabalhar no Brasil, a produção de filmes no Rio de Janeiro ganhou grande impulso.



Humberto Mauro

Nos anos 1920 os ciclos regionais se multiplicaram e o cinema passou a ser realizado em diversas partes do Brasil. Em Minas Gerais, o produtor Humberto Mauro fundou uma companhia de cinema que rodou filmes que ficaram famosos como "participantes do ciclo de Cataguazes".

O filme "Limite", dirigido por Mário Peixoto em 1931, é considerado uma obra prima do cinema brasileiro, apresentando tratamento visual sofisticado e trilha sonora erudita.

Na mesma época, os estúdios da Cinédia, no Rio de Janeiro, passaram a adotar um ritmo de produção regular, como os grandes estúdios de Hollywood. Foram realizados filmes como o drama "Ganga Bruta", o musical "Alô, Alô Brasil" e comédias românticas como "Bonequinha de Seda", de Oduvaldo Vianna.



Orson Welles e Vicente Celestino

Em 1942 os estúdios da Cinédia foram alugados para equipe do cineasta norte-americano Orson Welles, para a filmagem de "É Tudo Verdade". A indústria do cinema prosperava e um dos maiores sucessos do cinema brasileiro nesta época foi "O Ébrio", de Gilda Abreu, de 1946, estrelado por seu marido, o cantor Vicente Celestino.

A produção de filmes brasileiros cresceu bastante com a fundação da produtora Atlântida. O primeiro filme realizado por essa empresa foi "Moleque Tião", em 1943, uma comédia com temática popular. A Atlântida criou o gênero de cinema conhecido como chanchada, um tipo de comédia baseado na paródia, na sátira política e nas tiradas maliciosas.