Ampère, Biot, Savart e Gauss - Outras leis do eletromagnetismo
Os diferentes fenômenos relacionados com o eletromagnetismo foram estudados por diversos cientistas ao longo de algumas décadas. O primeiro a constatar que a corrente elétrica está associada a um campo magnético foi Hans Christian Öersted, cujas experiências representam um marco no estudo da eletricidade e do magnetismo. Depois dele, Ampère, Henry, Faraday, Lenz, Neumann e outros sistematizaram e deram forma matemática às leis que regem as interações eletromagnéticas, entre elas,a de que a variação de um campo magnético está associada a uma corrente elétrica.
Logo após a descoberta de Öersted, o físico francês André-Marie Ampère formalizou a relação entre corrente elétrica e campo magnético por meio de uma lei que ficou associada ao seu nome. Essa lei diz que cargas elétricas em movimento estão associadas a campos magnéticos ao seu redor e relaciona quantitativamente correntes elétricas e campos magnéticos em determinada região do espaço.
Em alguns casos, essa lei permite o cálculo da intensidade do vetor campo magnético de maneira mais simplificada. Graças a essa lei, podemos determinar a intensidade do vetor campo magnético num ponto P à distância r de um condutor retilíneo (considerado de comprimento infinito), percorrido por uma corrente elétrica contínua de intensidade i, por meio da expressão:
.
Uma observação importante em relação a essa lei é que, com a formulação utilizada, não é calculado o campo magnético total associado à corrente, mas, sim, uma parcela desse campo. Em dois casos apenas essa parcela coincide com o campo total: no caso de um fio retilíneo e do solenoide.
A Lei de Biot-Savart
Essa lei, que recebeu o nome dos físicos franceses Jean-Baptiste Biot e Félix Savart, considera que a intensidade do vetor campo magnético total pode ser calculada somando-se as contribuições dos campos magnéticos associados a vários trechos de um fio que apresente corrente elétrica.Sem entrarmos em muitos detalhes em relação ao cálculo matemátic
o utilizado para chegar à relação final, a intensidade do vetor campo magnético total pode ser obtida por meio da seguinte relação:
. Onde:
= representa a intensidade do campo magnético total;
= representa a soma de cada parcela da variação do campo magnético;
= somatório;
= trecho do fio com corrente ;
= o módulo ou intensidade do vetor
, que representa a posição em relação ao ponto do espaço onde será calculada a intensidade do campo magnético;
= ângulo entre a direção da corrente elétrica em e
;
= constante do meio que envolve o fio.
No caso do fio retilíneo e do solenoide, tanto o cálculo feito por meio da lei de Ampère quanto o cálculo realizado por meio da lei de Biot-Savart devem chegar ao mesmo resultado.
A Lei de Gauss
Essa lei nos diz que é impossível separar os pólos de um ímã, ou seja, sempre que quebrarmos um ímã, cada um dos novos pedaços obtidos apresentará um pólo sul e um pólo norte. Assim, podemos afirmar que não ocorre nas cargas magnéticas o que acontece com as cargas elétricas, em que temos uma carga positiva e outra negativa.
Ao quebrarmos um ímã em pedaços menores, cada pedaço será constituído por pólos norte e sul.
Esses campos têm suas origens relacionadas às cargas em movimento. Em relação às linhas de campo magnéticas, a Lei de Gauss afirma que não existe lugar para as linhas de campo magnético nascerem ou morrerem. Ou seja, o campo magnético só pode ser representado por linhas fechadas, para as quais não existe início ou fim, embora, na prática, utilizemos a ideia de que essas linhas nascem no pólo norte e morrem no pólo sul.
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