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Eclipse solar - A Lua oculta a luz do Sol

Eclipse solar parcial é visto em West Bank, em Ramallah, em novembro de 2013 - Xinhua/Fadi Arouri
Eclipse solar parcial é visto em West Bank, em Ramallah, em novembro de 2013 Imagem: Xinhua/Fadi Arouri

Ronaldo Decicino

(Atualizado em 06/01/2014, às 17h40)

O eclipse solar é um fenômeno de alinhamento de corpos celestes. Ele ocorre quando a Lua alinha-se entre o Sol e a Terra, ocultando a luz do Sol numa estreita faixa terrestre.

Para que ocorra um eclipse solar é necessário que a Lua esteja exatamente entre a Terra e o Sol. A Lua, no entanto, se move na órbita do nosso planeta em um ângulo de aproximadamente 5 graus em relação ao plano da Terra com o Sol. Isso faz com que a Lua atravesse o plano orbital da Terra somente duas vezes ao ano, o que torna o eclipse solar um fenômeno relativamente difícil de ser visto.

Se nosso satélite girasse no mesmo plano da órbita terrestre haveria eclipses todos os dias de Lua Nova. Como isso não acontece, é preciso que a Lua Nova coincida com a passagem pelos nodos, que são os pontos de intersecção do plano da órbita da Terra com o plano da órbita lunar.

Outros fatores contribuem para diminuir a chance de vermos um eclipse solar. Primeiro, a Lua é cerca de 49 vezes menor que a Terra e sua sombra é incapaz de envolver todo o planeta. Assim, durante um eclipse solar, uma sombra com cerca de 160 km de largura e 600 km de comprimento cobre apenas uma estreita faixa da superfície terrestre - e somente as populações situadas nesse trecho da Terra têm a oportunidade de assistir a esse fenômeno celeste.

Em segundo lugar, à medida que a Terra gira, a sombra da Lua cobre o planeta com uma velocidade de aproximadamente 1.800 km/h, motivo pelo qual um eclipse total do Sol não dura mais do que 7 minutos e 40 segundos.

A distância da Lua em relação à Terra determina a quantidade de luz do Sol que é interceptada, bem como a largura da penumbra e da escuridão total.

Durante a totalidade de um eclipse solar, ou seja, enquanto o disco da Lua cobre totalmente o disco do Sol, o céu fica bastante escuro, como se fosse o início da noite, e podem ser vistas algumas estrelas mais brilhantes. Conforme a Lua continua em sua órbita, ela vai descobrindo o Sol - e a luz solar volta a iluminar a Terra.

Tipos de eclipse solar

Como a sombra da Lua possui duas partes - uma região central (umbra) e uma região externa (penumbra) -, pode-se dividir os eclipses solares em três subtipos, dependendo de qual parte da sombra atinge determinada região:

  • Eclipse Solar Total - esse tipo de eclipse acontecerá quando o tamanho aparente da Lua for maior que o Sol. Nesse caso, o alinhamento entre o Sol, a Lua e a Terra produz uma região sem luz solar na superfície terrestre.
  • Eclipse Solar Anular - esse tipo de eclipse ocorre quando a Lua está mais distante da Terra e seu tamanho aparente é menor que o tamanho aparente do Sol, ou seja, a Lua não cobre totalmente o Sol. No auge do eclipse, observa-se um anel luminoso em volta da Lua, que nada mais é do que o próprio Sol.
  • Eclipse Solar Parcial - ocorre quando o alinhamento entre o Sol e a Lua não atinge a superfície terrestre; o céu pode escurecer levemente, dependendo de quanto o disco solar for encoberto.

Periodicidade dos eclipses

A frequência dos eclipses depende de três fatores: 1) da posição entre os planos orbitais da Lua e da Terra; 2) da posição da Lua ao longo de sua órbita, em termos de sua proximidade ou coincidência com os pontos nodais; e 3) da distância entre a Terra e a Lua.

Todos esses fatores influem no desenho da órbita da Terra em torno do Sol e da órbita Lua em torno da Terra. E todos eles, sem esquecer do ângulo de aproximadamente 5 graus que há entre a órbita da Lua e a da Terra, atuam na periodicidade dos eclipses solares. Assim, no período de um ano podem ocorrer:

  • No mínimo 2 eclipses solares e 2 lunares;
  • 3 eclipses solares e 2 lunares;
  • 4 eclipses solares e 2 (ou 3) lunares;
  • 5 eclipses solares e 2 lunares.

Antes que os eclipses voltem a ocorrer na mesma ordem do período anterior, há um intervalo de 18 anos, 11 dias e 8 horas (durante o qual os eclipses continuam ocorrendo). Esse período é denominado de Período de Saros. A palavra "saros" vem do grego e quer dizer "repetição".

Ou seja, após um período de 18 anos, 11 dias e 8 horas (ou cerca de 6585,5 dias) Sol, Terra e Lua retornam, aproximadamente, às órbitas do ciclo anterior, fazendo com que os eclipses voltem a ocorrer numa mesma seqüência (mas não no mesmo lugar). Durante um Período de Saros acontecem, no total, 70 eclipses, sendo 41 solares e 29 lunares.

Para que um eclipse total do Sol volte a ocorrer num mesmo lugar são necessários, aproximadamente, 360 anos.

Cuidados na observação do eclipse

Os eclipses solares não podem ser observados como os eclipses lunares, pois exigem proteção especial. É importante nunca olhar diretamente para o Sol sem utilizar equipamento de segurança adequado, mesmo durante um eclipse, pois isso pode causar lesões na retina e comprometer seriamente a visão.

Para uma observação segura do eclipse solar recomenda-se a utilização de um vidro de soldador, número 14 ou maior. Além de baratos, eles são encontrados facilmente. Mas, lembre-se: nunca devemos observar o Sol mais do que alguns poucos segundos.

Para saber mais

No site de Astronomia e Astrofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul você pode encontrar mais informações sobre os eclipses lunar e solar.