Guerra do Peloponeso - Amarga derrota - Da crise ateniense à derrota final
- Guerra do Peloponeso - O império de uma democracia
- Guerra do Peloponeso - Esparta contra-ataca
- Guerra do Peloponeso - Resistência de Atenas
- Guerra do Peloponeso - A luta continua
Enquanto Atenas era derrotada em Siracusa, Alcibíades arquitetou uma contra-ofensiva espartana na Grécia. Em 413 a.C., o exército da Lacedemônia (outro nome para Esparta) invadiu a Ática e ocupou a Decélia (vinte quilômetros ao norte de Atenas), de onde bloqueou a vida econômica ateniense, impedindo o acesso às lavouras e às minas de prata do Láurion.
Ao mesmo tempo, na área diplomática, Esparta se aproximava da Pérsia, assinando um acordo no qual obtinha subsídios financeiros para construir sua própria frota de guerra. Em troca, os lacedemônios reconheciam o direito dos persas às cidades gregas da Ásia Menor. Mas, apesar da frota espartana, Atenas foi vitoriosa em duas batalhas navais: Cinossema e Cízicos.
Conselhos dos Quatrocentos
Atenas enfrentou, então, uma crise institucional. Parcela da oligarquia rebelou-se contra as leis democráticas instituídas por Péricles, contribuindo para iniciar a derrocada da talassocracia (império de uma nação sobre o mar). Com o apoio dos aristocratas, Alcibíades foi reabilitado, prometendo conquistar o apoio dos persas, que, segundo ele, estavam descontentes com os espartanos. Instaurou-se, então, o regime dos Quatrocentos, francamente oligárquico.
A ruína financeira e a desorganização econômica decorrentes da guerra atuaram como justificativa para revogar a constituição democrática. Isso permitiu aliviar as finanças públicas (deixou-se de pagar aos cidadãos por sua participação na vida da cidade), aumentar a influência política dos cidadãos mais ricos (a fim de compensá-los das despesas de guerra) e diminuir as exigências tributárias que levavam os aliados da Liga de Delos a se revoltarem contra Atenas.
O Conselho dos Quatrocentos deveria selecionar cinco mil cidadãos, que comporiam um corpo cívico restrito, constituído exclusivamente de homens aptos a prestar serviços civis e militares sem ônus para o Estado. O objetivo final era alcançar uma paz honrosa com Esparta.
No entanto, incapaz de cumprir o programa proposto, esse regime sucumbiu quatro meses depois, sob a pressão dos combatentes que serviam na esquadra instalada em Samos e que eram defensores dos ideais de Péricles. Após breve intervalo, em que vigorou uma constituição mais moderada, cuja principal peça era a Assembleia dos Cinco Mil, restabeleceu-se a democracia em 410 a. C. e encetaram-se os derradeiros esforços para recuperar o domínio do Helesponto e da Jônia.
Últimas batalhas
Persas e espartanos se rearticularam, entretanto. Em 407 a.C., o rei Dario 2º, da Pérsia, nomeou seu filho, Ciro, governador da Ásia Menor, entregando-lhe, além dos rendimentos da província, uma soma destinada especialmente à recomposição da esquadra lacedemônia.
Lisandro, o comandante da frota espartana, que comandou as forças do Peloponeso na ofensiva naval contra Atenas, conquistou o apoio dos oligarcas antiatenienses que dominavam as cidades marítimas e utilizou o generoso financiamento persa para atacar todos os pontos vulneráveis do Egeu oriental. Atenas sofreu uma derrota em Nôtion, mas, um ano depois, venceu a batalha das ilhas Arginusas.
A resistência ateniense, contudo, foi quebrada em 405 a.C. A esquadra ateniense, à espera no porto de Egospótamo, na Trácia, foi apanhada de surpresa e destruída pelos espartanos, enquanto a maioria dos atenienses estava em terra, aparentemente fazendo uma refeição. A força naval de Atenas foi arruinada.
Com a totalidade das posições marítimas sob poder lacedemônio, Esparta concentrou suas guarnições no Egeu, fechando todas as rotas de abastecimento que pudessem revitalizar Atenas. Sitiada pelas tropas, com a população passando fome, Atenas se rendeu em abril de 404 a.C.
Os lacedemônios exigiram a entrega de todas as colônias e dos navios, bem como a derrubada das fortificações do porto de Pireu e também das muralhas que protegiam Atenas. Esparta exigiu, inclusive, a reintegração de todos os cidadãos banidos por motivos políticos (a maioria deles, aristocratas). A capitulação se completou com a submissão dos atenienses à política externa e às determinações dos vitoriosos. Atenas tornava-se um aliado-súdito de Esparta.
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