Segunda Guerra Púnica - Primeiras batalhas - Da Questão de Sagunto à travessia dos Alpes
- Guerras Púnicas - Antecedentes
- Primeira Guerra Púnica
- Segunda Guerra Púnica - Reação romana
- Segunda Guerra Púnica - Batalha de Cannae
- Terceira Guerra Púnica - Fim dos conflitos
Já no final da 1ª Guerra Púnica, a família dos Barcidas adquiriu grande destaque entre os cartagineses. Amílcar Barca, um dos representantes dessa tradicional família cartaginesa, derrotou os romanos em inúmeras batalhas e, depois, venceu a Revolta dos Mercenários, na África.
Por esses feitos, Amílcar foi encarregado de explorar a Hispânia (atual Espanha). Ali, ele transformou os pequenos entrepostos ibéricos em grandes cidades, como, por exemplo, Gades (atual Cádis). E também dominou as tribos hispânicas e as ricas minas de prata de região.
Em 229 a.C., após a morte de Amílcar, Asdrúbal, o Belo, seu genro, assumiu a colônia hispânica e ampliou ainda mais o controle cartaginês sobre o território.
Diante do crescente poder de Cartago, Ampurias e Sagunto, cidades da região fundadas pelos gregos, temendo os cartagineses, pediram socorro aos romanos. Roma, que queria limitar o avanço de Cartago na Europa, conseguiu fazer com que Asdrúbal assinasse um acordo, demarcando a região de influência de Cartago ao sul do rio Ebro (226 a.C.).
Em 225 a.C., Asdrúbal fundou a cidade de Nova Cartago (atual Cartagena), a principal fortaleza e base naval da região, iniciando a reorganização militar de Cartago.
Quando, em 221 a.C., Asdrúbal foi assassinado, Aníbal, filho de Amílcar Barca, assumiu o comando da Hispânia. Historiadores da Antiguidade contam que Aníbal, ainda criança, teria prometido a seu pai usar de ferro e fogo para destruir Roma.
Início da guerra
Durante dois anos, Aníbal ampliou o domínio cartaginês sobre a região sul do rio Ebro e cuidou também de aumentar as fileiras militares que lhe eram fiéis.
A cidade de Sagunto se localizava na região sul do rio Ebro e, portanto, dentro da esfera de influência dos cartagineses, segundo o tratado de 226 a.C. Mas os romanos firmaram aliança com Sagunto e enviaram embaixadores a Nova Cartago, exigindo que as tropas de Aníbal respeitassem a cidade. Contudo, Cartago deu ordem para que Aníbal atacasse Sagunto. Por esse motivo, os romanos declaram guerra a Cartago: iniciava-se assim a 2ª Guerra Púnica.
Os romanos dividiram suas tropas em duas: a primeira, sob liderança de Públio Cornélio Cipião, se deslocaria para a Hispânia; enquanto a segunda, sob liderança de Sempronio Longo, se dirigiria para a Sicília, a fim de chegar à África. Só que, nesse momento, os gauleses do norte da Itália se rebelaram, e Cipião teve que rever seus planos para deter tal revolta.
Aníbal se aproveitou desse contratempo romano e marchou em direção à Itália da forma mais inusitada: cruzando os Pirineus, a Gália (atual França) e os Alpes, utilizando-se dessa travessia para fazer inúmeras alianças contra Roma.
O itinerário de Aníbal até hoje é discutido por diversos historiadores, pois a proeza foi grandiosa, mas não deixou documentação precisa. Sabe-se que muitos dos homens, cavalos e elefantes levados por Aníbal morreram de frio e de fome pelo caminho.
Primeiras batalhas
Quando Cipião, general das tropas romanas ao norte, chegou à Hispânia e soube que Aníbal tinha marchado para Roma, deixou ali seu irmão, Cneu, com parte de seus soldados e voltou com a outra parte para a Itália, encontrando Aníbal no rio Tessino (Itália).
A batalha de Ticino (novembro de 218 a.C.), a primeira travada pelos cartagineses e romanos na Itália, foi vencida pelos cartagineses, incentivando os gauleses e os lígures a se unirem às tropas de Aníbal.
A intenção de Aníbal não era invadir a cidade de Roma, mas enfraquecê-la, conquistando as cidades aliadas. O discurso de Aníbal era de que ele não queria fazer guerra com os italianos, mas libertá-los do domínio romano. O general cartaginês começa, então, a marchar para o sul do Itália, pois dali poderia receber reforços e suprimentos do norte da África. Nesse percurso, vários territórios romanos passaram a ser controlados por Aníbal.
Batalha | Data a.C. | Região | Vitória |
Lilibea | 218 | Sicília (Itália) | Roma |
Ticinus | Nov/218 | Rio Tessino (Itália) | Cartago |
Trébia | Dez/218 | Rio Trébia (Itália) | Cartago |
Cissa | 218 | Tarranco (Espanha) | Roma |
Lago Trasimeno | 217 | Itália | Cartago |
Ebro | 217 | Rio Ebro (Espanha) | Roma |
Ager Falermus | 217 | Campânia (Itália) | Cartago |
Geronium | 217 | Apúlia (Itália) | Cartago |
Cannae | Ago/216 | Apúlia (Itália) | Cartago |
1ª de Nola | 216 | Nola (Itália) | Sem decisão |
Dertosa | 215 | Rio Ebro (Espanha) | Roma |
2ª de Nola | 215 | Nola (Itália) | Sem decisão |
Cornus | 215 | Sardenha | Roma |
3ª de Nola | 214 | Nola (Itália) | Sem decisão |
Benevento | 214 | Benevento (Itália) | Roma |
1ª de Cápua | 212 | Cápua (Itália) | Cartago |
Silares | 212 | Silaro (Itália) | Cartago |
1ª de Herdônia | 212 | Apúlia (Itália) | Cartago |
Siracusa | 213-211 | Sicília (Itália) | Roma |
Baetes | 211 | Rio Guadalquivir (Espanha) | Cartago |
2ª de Cápua | 211 | Cápua (Itália) | Roma |
2ª de Herdônia | 210 | Apúlia (Itália) | Cartago |
Numisto | 210 | Itália | Sem decisão |
Baecula | 208 | São Tomé (Espanha) | Roma |
Grumentum | 207 | Lucânia (Itália) | Roma |
Metaurus | 207 | Rio Metauro (Itália) | Roma |
Ilipa | 206 | Próximo a Sevilha (Espanha) | Roma |
Crotona | 204 | Calábria (Itália) | Sem decisão |
Grandes Campos | 203 | Norte da África | Roma |
Cirta | 203 | Numídia (África) | Roma |
Zama | Out/202 | Tunísia (África) | Roma |
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