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Alunos de ensino médio de SP estudam menos tempo e têm mais matérias que os de Nova York

Rafael Targino

Em São Paulo

21/05/2010 07h00

Um levantamento feito por um pesquisador da Secretaria de Educação de Nova York mostrou que os alunos de ensino médio do estado de São Paulo estudam menos horas por semana e mais matérias ao mesmo tempo do que os alunos do mesmo nível da cidade americana. De acordo com a pesquisa, divulgada nesta quarta-feira (19), os professores paulistas também lecionam por mais horas, têm mais estudantes por sala e maior probabilidade de dar aula em mais de uma escola. Ou seja, acabam responsáveis por muito mais alunos do que os docentes nova-iorquinos.

O estudo, feito pelo pesquisador Jesse Margolis, compara o estado de São Paulo com a cidade de Nova York por causa da dinâmica do ensino nos dois locais. O município americano é responsável pela gestão escolar, enquanto que o estado fica com a parte de regulação. No Brasil, os dois quesitos ficam a cargo tanto do estado quanto da cidade.

O número médio de alunos por sala de aula no estado de SP (34,7) é aproximadamente 33% maior do que o total da cidade americana (26,1). Outro dado apontado por Margolis é que mais alunos de ensino médio têm aulas à noite em São Paulo do que na comparação com os de Nova York. Pela pesquisa, 43,6% das pessoas que cursam esse nível em escolas públicas do estado o fazem à noite; nos EUA, o total é de 5,5%.

Além disso, o número de professores que se ausenta da sala de aula –e exige uma substituição temporária– é duas vezes e meia maior em São Paulo do que em Nova York. A pesquisa também mostra que os professores de tempo integral no estado brasileiro passam pelo menos mais 11 horas em sala que seus colegas americanos.

“É muito difícil conseguir o dado exato, mas não me surpreenderia que um professor de ensino médio tivesse duas vezes mais alunos [em São Paulo]. [Mas] Isso seria um dado aproximado”, afirmou Margolis. O pesquisador disse que o que acontece em Nova York não é "necessariamente" melhor do que em SP.

Para ele, um dos problemas é que o professor não consegue acompanhar adequadamente o aluno. “Uma maneira possível, que não necessariamente posso recomendar, seria que o aluno não estudasse tantas matérias ao mesmo tempo. Não é que tem que diminuir o numero de matérias que estuda um aluno de ensino médio. Mas, em Nova York, o que fazemos é que um aluno estuda biologia em um ano, química no segundo, física no terceiro, e tem um só professor de ciências, ao invés de três.”