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Professores gays da Alemanha participam de paradas para combater homofobia

Da Redação

São Paulo

24/06/2011 12h03

  • Divulgação

    Pais e alunos apoiam manifesto dos professores gays: "Legal! Meu professor é gay", diz o balão

Para combater a homofobia nas escolas, é preciso conscientizar toda a sociedade. Mais que isso: é preciso falar ao mundo inteiro. Sem medo de se expor, o grupo alemão Schwule Lehrer – ou Professores Gays – luta para que a diversidade sexual seja aceita nas escolas de seu país e vai até países como Polônia e Itália para participar de paradas e manifestos contra a homofobia.

A organização existe há 34 anos, época em que os professores não podiam se assumir homossexuais no sistema de ensino alemão. Muita coisa mudou de lá para cá, mas os desafios continuam. “A taxa de suicídio entre jovens gays, por exemplo, é quatro vezes maior que entre heterossexuais”, diz Guido Mayus, um dos coordenadores do grupo, que hoje conta com centenas de membros.

Para Mayus, é preciso que todos os professores – não só os de biologia – estejam qualificados para falar sobre orientação sexual. E assim cultivar nos alunos a tolerância e a aceitação. Só que isso requer mobilização. “Vocês precisam de apoio institucional”, afirma Mayus. “Aqui na Alemanha, trabalhamos com redes. Buscamos representantes em partidos e escolas, escrevemos cartas com pedidos às autoridades e também temos o apoio do nosso sindicato. É um processo longo e lento, mas com a repetição permanente acaba tendo bons resultados.”

O apoio dos colegas de trabalho também é importante. ”São eles que podem apoiar o professor em caso de confronto com os pais ou discriminação por parte dos alunos”, explica Mayus. Para ele, educadores devem ser tolerantes e aqueles com preconceito declarado contra qualquer grupo não deveriam estar na ativa.

Neste ano, o Schwule Lehrer ainda não poderá vir à parada gay paulistana, que será realizada neste domingo (26). No mesmo dia, eles participam de manifestos em Berlim, um deles na frente da embaixada russa para clamar pelos direitos dos gays naquele país. “Se fossemos à parada gay de São Paulo, apresentaríamos com orgulho nosso grupo, vestindo nossa camiseta e mostrando para a população que, entre um professor hetero e um gay, não existe qualquer diferença”, diz Mayus.