Paralisação de professores pode deixar um milhão de estudantes pernambucanos sem aulas hoje
Os trabalhadores em educação da rede estadual de Pernambuco realizam durante todo o dia de hoje (16) uma greve de advertência por melhores salários. Os docentes reivindicam a implantação de um piso salarial de R$ 1.587, conforme a lei 11.738/2008. Atualmente, o piso de um professor de nível médio no Estado é de R$ 1.184. O movimento é nacional e promovido pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).
Às 14h, como parte do dia de protesto, a categoria realizará uma passeata em Recife. A concentração será em frente à Assembléia Legislativa de Pernambuco, que fica a cerca de 200 metros do Palácio do Governo.
Segundo a diretora do Sintepe (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco), Rita de Cássia Barreto, além do aumento do piso salarial, a categoria tem outras reivindicações.
“Pedimos ainda a contratação imediata dos concursados aprovados, o cumprimento da lei que concede 1/3 da jornada de trabalho para aula-atividade [atividades feitas fora de sala de aula, como correção de provas] e que o percentual do PIB (Produto Interno Bruto) destinado à educação passe de 7% para 10%”, afirmou.
De acordo com a Secretaria de Educação, a responsável por esse tipo de negociação é a Secretaria de Administração. Esta última afirma que o Governo de Pernambuco foi pioneiro quando se antecipou à determinação federal e implantou o piso salarial do magistério para todos os professores da rede ainda em setembro de 2008. Segundo a Secretaria de Administração (SAD), o valor do piso pago aos professores de nível médio, com 166,66 horas corresponde a R$ 1.187,97, quando o exigido pelalei do piso é este valor para 200 horas.
"A SAD estranha o posicionamento do Sintepe e não entende a mobilização tendo em vista o acordo fechado com a categoria durante as negociações salariais deste ano que garantiu a correção do piso salarial acima do que é exigido pela lei federal e atendeu outros pleitos da categoria. O sindicato esteve à frente de todo o processo, cujo acordo finalizado, foi aceito e defendido pela classe", disse a assessoria da Secretaria de Administração.
Dos 60 mil trabalhadores em educação de Pernambuco, 30 mil são professores. Com a paralisação, cerca de um milhão de alunos devem ficar sem aula hoje no Estado.
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